• segunda-feira, 27 de abril de 2009

    Significado do Anel de Tucum

    Muita gente (amigos, colegas e até familiares) me pergunta o que significa a "grossa argola" negra que carrego no anular da mão direita. Bom, imaginando que mão e dedo não interferem no significado do anel de tucum (esse é o nome da tal "argola"), costumo responder que se trata de minha opção pelas lutas populares, pelas classes subalternas. Trata-se, pois, de uma aliança popular, de um pacto de honra e determinação por fazer tudo que estiver ao meu alcance, como indivíduo e como ser social, para levar adiante a reivindicação de direitos e a esperança por um mundo realmente humano e fraterno. Na explicação que publico abaixo - encontrada sem autoria nas venturosas páginas da rede mundial de computadores e sensivelmente editada por mim - está a origem histórica e religiosa dos grandes pactos, das grandes alianças... E também alguns emblemas para refletir sobre a força e a importância do anel de tucum , que carrego no dedo e, principlamente, no coração, na ação cotidiana apaixonada... Muitas pessoas perguntam qual é o significado deste anel preto, utilizados pelos adeptos da Teologia da Libertação, e por integrantes das Pastorais da Juventude. Algumas pessoas, o utilizam apenas pelo visual, sem conhecer ou se importar com o seu real significado. Para nós, adeptos dos movimentos eclesiais de base, admiradores dos ideais da Teologia da Libertação, engajados em movimentos sociais e integrantes das Pastorais da Juventude, este anel significa o compromisso com as causas descritas no trecho abaixo por Dom Pedro Casaldáliga. "(...) Este anel é feito a partir de uma palmeira da Amazônia. É sinal da aliança com a causa indígena e com as causas populares. Quem carrega esse anel significa que assumiu essas causas e as suas conseqüências. Você toparia usar o anel? Olha, isso compromete, viu? Muitos, por causa deste compromisso foram até a morte (...)". No filme chamado "O Anel de Tucum" você pode ouvir o próprio Pedro Casaldáliga falando sobre o anel. ver parte do filme: www.youtube.com/watch?v=0iJKVjWes7g -

    sábado, 25 de abril de 2009

    CNBB reunida em Assembléia divulga Declaração contra a Redução da maioridade penal

    Declaração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil contra a redução da maioridade penal “Todas as vezes que fizestes isso a um desses mais pequenos (...) foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40) O Brasil enfrenta uma onda generalizada de violências sob os mais variados aspectos e pontos de vista. São violências que vão desde a negação ou privação dos direitos básicos à vida até àquelas que geram insegurança, apreensão, medo. Campanhas equivocadas criminalizam crianças, adolescentes e jovens como principais responsáveis dessas ações violentas, quando na verdade, frequentemente, os maiores culpados ficam totalmente impunes. Os atos violentos, os crimes, o narcotráfico, envolvendo-os, a cada dia, em sua perversa trama, tiram-lhes as possibilidades de plena realização e os afastam de sua cidadania. Neste contexto, o Senado volta a discutir a redução da maioridade penal com argumentos que poderiam ser usados também para idades menores ainda, como se esta fosse a solução para a diminuição da violência e da impunidade. A realidade revela que crianças, adolescentes e jovens são vítimas da violência. Muitas vezes são conduzidos aos caminhos da criminalidade por adultos inescrupulosos. A CNBB entende que a proposta de redução da maioridade penal não soluciona o problema. Importa ir a suas verdadeiras causas, que se encontram, sobretudo, na desagregação familiar, na falta de oportunidades, nas desigualdades sociais, na insuficiência de políticas públicas sociais, na perda dos valores éticos e religiosos, na banalização da vida e no recrutamento feito pelo narcotráfico. Reafirma a CNBB que a redução da maioridade penal violenta e penaliza ainda mais adolescentes, sobretudo os mais pobres, negros, moradores de periferias. Persistir nesse caminho seria ignorar o contexto da cláusula pétrea constitucional - Constituição Federal, art. 228­ - além de confrontar a Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente, as regras Mínimas de Beijing, as Diretrizes para Prevenção da Delinquência Juvenil, as Regras Mínimas para Proteção dos Menores Privados de Liberdade (Regras de Riad), o Pacto de San José da Costa Rica e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instrumentos que demandam proteção especial para menores de 18 anos. Crianças, adolescentes e jovens precisam ser reconhecidos como sujeitos na sociedade e, portanto, merecedores de cuidado, respeito, acolhida e principalmente oportunidades. A Igreja no Brasil conclama os poderes públicos – Executivo, Legislativo e Judiciário – bem como a sociedade civil a debater o assunto. Urge a busca de soluções focadas nas políticas públicas que efetivem melhores condições de vida para todos, na implementação de medidas sócio-educativas previstas no ECA e no desenvolvimento de uma política nacional de combate ao narcotráfico, penalizando com maior rigor a manipulação e o aliciamento de crianças, adolescentes e jovens pelo crime organizado. A Igreja Católica, através de suas comunidades eclesiais, pastorais, movimentos e entidades sociais, desenvolve projetos sócio-educativos, profissionalizantes, de recuperação de dependentes químicos e de atendimento a adolescentes autores de ato infracional, obtendo resultados que indicam à sociedade caminhos a partir de ações educativas e não punitivas. A CNBB se une a todos os brasileiros que trabalham para que se cumpra a premissa básica da Constituição Federal, art. 227: “CRIANÇA E ADOLESCENTE PRIORIDADE ABSOLUTA” e reafirma sua posição contrária à redução da maioridade penal. Indaiatuba, São Paulo, 24 de abril de 2009

    sexta-feira, 24 de abril de 2009

    O símbolo da PJ

    O símbolo da Pastoral da Juventude surgiu de um concurso nacional realizado entre o final dos anos 80 e início dos anos 90. Foi Criado pelo então jovem Cristiano, do Regional Sul I, hoje já adulto e casado. O símbolo da PJ representa uma cruz estilizada, como se ela estivesse deitada no chão, servindo de estrada, um caminho, rumo à “Civilização do Amor”, tão citada em nossos documentos e proferida pelo saudoso Papa Paulo VI para os jovens de todo planeta. A cor vermelha do nosso símbolo é a cor da paixão. Paixão pelo novo, pelo protagonismo juvenil, pela utopia. E quando realmente estamos apaixonados, a gente respeita, a gente cuida, a gente ama. Enfim, amar nos leva a “Civilização do Amor”. Mas afinal, o que é essa “Civilização do Amor”? A “Civilização do Amor” nada mais é que a concretização do reino de Deus aqui na terra. Nós acreditamos que o Reino de Deus se iniciará aqui quando o homem novo e a mulher nova tomarem consciência que um outro mundo é possível. O círculo ao redor do PJ significa nossa opção pelo trabalho em grupo. Grupo em círculo, todos iguais na mesma caminhada. (Por Anderson Alexandre / PJ - Campinas-SP)

    quinta-feira, 23 de abril de 2009

    Maringá vai acolher o Encontro Nacional da Pastoral da Juventude em 2012

    A 10ª edição do Encontro Nacional da Pastoral da Juventude (ENPJ) será em 2012 e vai acontecer em Maringá. A escolha da cidade foi definida no último final de semana, em reunião da coordenação nacional da Pastoral da Juventude (PJ). A cidade, que superou Belo Horizonte na preferência, será a primeira da região sul do país a receber o evento. O ENPJ é um momento em que a Pastoral da Juventude reflete, discute, partilha e celebra sua vida e sua história. O encontro é realizado a cada três anos e reúne representantes dos jovens de todas as dioceses do Brasil. “Será um espaço onde juntos reafirmaremos a opção de evangelização da juventude tecendo linhas e orientações pastorais que guiarão nossos trabalhos”, explica o membro da coordenação nacional, Claudinei de Lima. Além da própria juventude, a escolha da cidade tem o apoio do arcebispo de Maringá, dom Anuar Battisti, de padres, religiosos e, também, de entidades da cidade como o Maringá Convention & Visitors Bureau. A última edição do ENPJ aconteceu em janeiro deste ano, em Natal, RN, e foi marcada por momentos de espiritualidade, estudo e missão. Como resume o bispo responsável pelo Setor Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro da Silva, o objetivo foi “reforçar a identidade da própria PJ e provocá-la para novos horizontes”.

    quarta-feira, 22 de abril de 2009

    VEM AÍ 2º C.A.F.

    2º CURSO ARQUIDIOCESANO DA PASTORAL DA JUVENTUDE Aos Pejoteiros e Pejoteiras Paz e Bem! Estamos vivendo a expectativa para a realização do 2º CAF -Curso Arquidiocesano de Formação. A Equipe Arquidiocesana da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Pouso Alegre (EAPJ) promove o Curso Arquidiocesano da Pastoral da Juventude atendendo as exigências da IX Assembléia Arquidiocesana da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Pouso Alegre, realizado nos dias 17, 18 e 19 de julho de 2009. As lideranças estarão reunidas na Casa de Oração, situada no Bairro Furnas, localizado no município de Cambuí. O tema do Curso desse ano é: Juventude, o rosto dinâmico de Cristo, com o Lema: ”Juventude, rosto do mundo, teu dinamismo logo encanta quem te vê”. O evento tem como objetivo proporcionar a troca de experiências e o aprofundamento de temas específicos da formação humana e cristã, fazendo acontecer o protagonismo juvenil. Cada paróquia, onde a PJ está organizada na arquidiocese, poderá enviar 3 (três) jovens para o Curso. Para participar do encontro, é necessário confirmar participação até o dia 06 de Julho e levar preenchida a ficha de inscrição que segue anexa junta ao panfleto de divulgação ou pelo e-mail edpjpousoalegre@yahoogrupos.com.br. Confira a seguir os detalhes: Investimento: R$ 40 (pagar no dia 17 para o Robson ou Carlos) Data: 17, 18 e 19 de Julho Local: Casa de Oração de Cambuí. Endereço: Bairro Furnas – Cambuí Acolhida: sexta-feira, dia 17, às 20h30. Alimentação: as paróquias que vão ajuda com a alimentação. Lembrete: levar roupa de cama, bíblia, material para anotações, uma foto 3x4, Ofício Divino da Juventude e se possível, colchonetes. FORMA DE PAGAMENTO O pagamento para membros pode ser feito no dia 17 de Julho com os tesoureiros no valor de R$ 40,00 ou, depósito bancário, fazendo um depósito na seguinte conta da Caixa Econômica Federal (ou enviar DOC), sendo que, quem pagar antecipadamente o valor da taxa será de R$ 35,00: NOME: DANIEL AUGUSTO DOS SANTOS AGENCIA: 0147 CONTA: 001132310 CÓDIGO DA OPERAÇÃO: 013 Além de fazer o depósito ou transferência, envie, por favor, imediatamente um e-mail com os dados da operação (data do pagamento, valor em reais, banco de onde foi enviado o pagamento) e com toda informação sobre o que pagou (qual talão, quem pagou etc.) para ajudar o rápido registro de seu pagamento, enviando essas informações para o endereço eletrônico do Tesoureiro: carloshenrique@univas.edu.br Depois de fazer o depósito ou enviar o DOC, pedimos o favor de enviar-nos, se possível uma fotocópia de seu recibo bancário, pelo correio, para que seja possível identificar quem fez o depósito ou DOC, e até mesmo levar no dia 17 de Julho de 2009 e entregar para os tesoureiros da EAPJ para darmos baixa nos débitos: CARLOS HENRIQUE DE PAULA Rua Cesário Alvim, 607 - Centro CEP 37557-000 – Congonhal – MG

    segunda-feira, 20 de abril de 2009

    Grupo JUC - Pouso Alegre celebra Semana da Cidadania

    Foi realizado o encontro da semana da cidadania nos dias 14, 16 e 18 do mês de abril de dois mil e nove, na sala de catequese, da Igreja da comunidade Santa Rita de Cássia, no bairro Belo Horizonte, na cidade de Pouso Alegre, estando presentes a coordenadora senhora Narayamma Oliveira Botazini; e os seguintes membros senhora Maryane Mendes Martins; senhora Gabriela Almeida Rodrigues; senhora Emily De Fátima Ferreira; senhora Paloma Cristina Pereira; senhora Thulya Gloria Azevedo; senhor Clayton Rogério Pereira; senhor Marco Antonio De Souza Pereira; senhora Edmara Barra Dos Santos; senhor Diego Firmino Da Silva; senhor Andersom Braga De Godói; e o coordenador do grupo Jovens Unidos Com Cristo senhor Welington Expedito Aparecido Pereira; e a palestrante senhora Norair Donizetti Oliveira Botazini. Foram preparadas diversas Palestras durante os tres dias despertando aos jovens presentes o sentido de Ser cidadão, respeitando e participando das decisões da sociedade para melhorar suas vidas e a de outras pessoas. Ser cidadão é nunca se esquecer das pessoas que mais necessitam.

    Coordenação da PJ da Arquidiocese de Pouso Alegre se reúne.

    A Equipe Arquidiocesana da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Pouso Alegre, esteve reunida neste domingo, 19 de Abril, no Salão Paroquial do município de Itapeva-MG, com o apoio do padre Chiquinho. Na oportunidade, aconteceu a avaliação trimestral da Equipe, a jovevem Angélica apresentou o relatório da Reunião do Regional Leste 2, os jovens Hedinho e Daniel falaram da importancia da participação da Pastoral da Juventude na Semana da Juventude e Cidadania de Pouso Alegre, o jovem Marquinho falou da Articulação da Equipe Setorial do Setor Mogi. Além de tudo isso, foi preparada a Infraestrutura do II CAF (Curso Arquidiocesano de Formação Mais um passo nós damos! Seguimos em frente!

    sexta-feira, 17 de abril de 2009

    Saudades...

    Lamentavelmente, Jéssica já não está entre nós. Vai ser difícil acostumarmos nos com tal ausência, pois alguém tão querida jamais poderia ter nos deixado de maneira tão precoce e abrupta. O nosso único consolo é a certeza de que Deus lhe reservou uma eternidade de paz e conforto. Jéssica será motivo da nossa maior saudade, e a lacuna aberta em nossos corações deve nos guiar no caminho da reflexão, no sentido de buscarmos sempre as melhores atitudes para com o próximo, sempre pensando no significado de cada um dos nossos atos, no reflexo que nossas atitudes e palavras podem ter sobre a vida de terceiros. Essa perda inestimável deve nos fazer lembrar do quanto somos frágeis, do quão efêmera é a existência humana e do que devemos fazer para que esta nossa breve passagem sobre a terra seja marcada apenas por gestos nobres, belos e generosos. Nós perdemos uma grande e boa amiga, alegre e doce que vai permanecer para sempre em nossas memórias. A humanidade perdeu uma das suas filhas mais especiais, pois seu coração era muito grande pra ela. Viemos por meio desta apresentar as nossas sinceras condolências à seus amigos mais íntimos e familiares; devemos sempre nos lembrar que agora essa pequena grande menina, está soltando sua linda voz nos braços de nosso Pai Criador. Carinhosamente, Equipe Arquidiocesana da Pastoral da Juventude de Pouso Alegre.

    quinta-feira, 16 de abril de 2009

    1ª Semana da Juventude e Cidadania - Pouso Alegre

    A Coordenadoria de Políticas da Juventude - Prefeitura Municipal de Pouso Alegre, juntamente com diversas entidades da região e a Pastoral da Juventude realiza, de 02 a 09 de Maio, a “Semana da Cidadania”. Com o tema “Seja Protagonista da sua história, agora você pode”, o evento apresenta palestras com representantes da Juventude, da Igreja Católica entre outras, além de apresentações culturais.

    segunda-feira, 13 de abril de 2009

    REGIONAL LESTE 2 ESCOLHE SEU NOVO REPRESENTANTE NA COORDENAÇÃO NACIONAL

    Na última reunião do Regional Leste 2 (13-15 de março),nosa Arquidiocese foi representada pela jovem Angélica, onde escolheram como nosso representante na Coordenação Nacional, o jovem Marcelo Lírio, da Diocese de São Mateus - ES. Ele passa a compor essa coordenação e terá um mandato de três anos (2009-2012). Uma das primeiras responsabilidades dele é defender a vinda do 10º Encontro Nacional da PJ para Belo Horizonte em 2012. Cuidemos desse jovem e sempre lembremos dele em nossas orações! Algumas informações: Nome: Marcelo Lírio da Silva Idade: 25 anos Contatos: (27) 9983-7224 e e-mail: marcelo-lirio@hotmail.com Natural de: Montanha (norte do Espírito Santo) Diocese: São Mateus Profissão: Professor fonte: http://www.pjleste2.blogspot.com/

    quarta-feira, 8 de abril de 2009

    Mensagem do papa Bento XVI para a 24ª Jornada Mundial da Juventude

    (5 DE ABRIL DE 2009) “Pusemos a nossa esperança em Deus vivo” (1 Tm 4, 10) Queridos amigos! Celebraremos no próximo Domingo de Ramos, a nível diocesano, a xxiv Jornada Mundial da Juventude. Enquanto nos preparamos para esta celebração anual, penso de novo com profunda gratidão ao Senhor no encontro que se realizou em Sidney, em Julho do ano passado: encontro inesquecível, durante o qual o Espírito Santo renovou a vida de numerosíssimos jovens que se reuniram de todo o mundo. A alegria da festa e o entusiasmo espiritual, experimentados durante aqueles dias, foram um sinal eloquente da presença do Espírito de Cristo. E agora estamos encaminhados para o encontro internacional em programa para Madrid em 2011, que terá como tema as palavras do Apóstolo Paulo: “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (cf. Cl 2, 7). Em vista deste encontro mundial dos jovens, queremos realizar juntos um percurso formativo, reflectindo em 2009 sobre a afirmação de São Paulo: “Pusemos a nossa esperança em Deus vivo” (1 Tm 4, 10), e em 2010 sobre a pergunta do jovem rico a Jesus: “Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?” (Mc 10, 17). A juventude tempo da esperança Em Sidney, a nossa atenção concentrou-se sobre o que o Espírito Santo diz hoje aos crentes, e em particular a vós, queridos jovens. Durante a Santa Missa conclusiva, exortei-vos a deixar-vos plasmar por Ele para serdes mensageiros do amor divino, capazes de construir um futuro de esperança para toda a humanidade. A questão da esperança está, na realidade, no centro da nossa vida de seres humanos e da nossa missão de cristãos, sobretudo na época contemporânea. Todos sentimos a necessidade da esperança, não de uma esperança qualquer, mas sim de uma ersperança firme e de confiança, como eu quis ressaltar na Encíclica Spe salvi. Em particular, a juventude é tempo de esperanças, porque olha para o futuro com várias expectativas. Quando se é jovem alimentam-se ideais, sonhos e projectos; a juventude é o tempo no qual amadurecem opções decisivas para o resto da vida. E talvez também por isto é a estação da existência na qual emergem com vigor as perguntas fundamentais: por que estou na terra? Qual é o sentido do viver? Que será da minha vida? E ainda: como alcançar a felicidade? Por que o sofrimento, a doença e a morte? O que existe depois da morte? Perguntas que se tornam insuportáveis quando nos devemos confrontar com obstáculos que por vezes parecem insuperáveis: dificuldades nos estudos, falta de trabalho, incompreensões na família, crises nas relações de amizade ou na construção de um entendimento conjugal, doenças ou deficiências, carência de recursos adequados como consequência da actual difundida crise económica e social. Então perguntamos: de onde haurir e como manter viva no coração a chama da esperança? Na raiz da “grande esperança” A experiência demonstra que as qualidades pessoais e os bens materiais não são suficientes para garantir a esperança da qual o coração humano está em busca constante. Como escrevi na citada Encíclica Spe salvi, a política, a ciência, a técnica, a economia e qualquer outro recurso material sozinhos não são suficientes para oferecer a grande esperança que todos desejamos. Esta esperança “só pode ser Deus, que abraça o universo e nos pode propor e dar aquilo que, sozinhos, não podemos conseguir” (n. 31). Eis por que uma das consequências principais do esquecimento de Deus é a evidente desorientação que marca as nossas sociedades, com consequências de solidão e violência, de insatisfação e perda de confiança que não raro terminam no desespero. É clara e forte a chamada que nos vem da Palavra de Deus: “Maldito o homem que confia noutro, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor. Assemelha-se ao cardo do deserto, que, mesmo que lhe venha algum bem, não o sente” (Jr 17, 5-6). A crise de esperança atinge mais facilmente as novas gerações que, em contextos socioculturais privados de certezas, de valores e de sólidos pontos de referência, encontram-se a enfrentar dificuldades que são maiores do que as suas forças. Penso, queridos amigos, em tantos coetâneos vossos, feridos pela vida, condicionados por uma imaturidade pessoal que muitas vezes é consequência de um vazio familiar, de opções educativas permissivas e libertárias e de experiências negativas e traumáticas. Para alguns e infelizmente não são poucos a saída quase obrigatória é uma fuga alienante com comportamentos de risco e violentos, na dependência de drogas e álcool, e em muitas outras formas de mal-estar juvenil. Contudo, também em quem se vem a encontrar em condições difíceis por ter seguido conselhos de “maus mestres”, não se apaga o desejo de amor verdadeiro e de autêntica felicidade. Mas como anunciar a esperança a estes jovens? Nós sabemos que só em Deus o ser humano encontra a sua verdadeira realização. O compromisso primário que interpela todos é portanto o de uma nova evangelização, que ajude as novas gerações a redescobrir o rosto autêntico de Deus, que é Amor. A vós, queridos jovens, que estais em busca de uma esperança firme, dirijo as mesmas palavras que São Paulo dirigia aos cristãos perseguidos na Roma de então: “Que o Deus da esperança vos encha plenamente de alegria e de paz na vossa crença, para que abundeis na esperança pela virtude do Espírito Santo” (Rm 15, 13). Durante este ano jubilar dedicado ao Apóstolo das Nações, por ocasião do bimilénio do seu nascimento, aprendamos dele a tornar-nos testemunhas credíveis da esperança cristã. São Paulo testemunha da esperança Encontrando-se imerso em dificuldades e provações de vários tipos, Paulo escrevia ao seu fiel discípulo: “Pusemos a nossa esperança em Deus vivo” (1Tm 4, 10). Como tinha nascido nele esta esperança? Para responder a esta pergunta devemos partir do seu encontro com Jesus ressuscitado no caminho de Damasco. Nessa época Saulo era um jovem como vós, com cerca de vinte ou vinte e cinco anos, seguidor da Lei de Moisés e decidido a combater com todos os meios quantos ele considerava inimigos de Deus (cf. Act 9, 1). Quando estava a caminho de Damasco para prender os seguidores de Cristo, foi envolvido por uma luz misteriosa e ouviu chamar pelo nome: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Caindo por terra, perguntou: “Quem és Tu, Senhor?”. E aquela voz respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues!” (cf. Act 9, 3-5). Depois daquele encontro, a vida de Paulo mudou radicalmente: recebeu o Baptismo e tornou-se apóstolo do Evangelho. No caminho de Damasco, ele foi interiormente transformado pelo Amor divino que encontrou na pessoa de Jesus Cristo. Um dia escreverá: “A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gl 2, 20). De perseguidor, tornou-se portanto testemunha e missionário: fundou comunidades cristãs na Ásia Menor e na Grécia, percorrendo milhares de quilómetros e enfrentando toda a espécie de peripécias, até ao martírio em Roma. Tudo por amor a Cristo. A grande esperança está em Cristo Para Paulo a esperança não é só um ideal ou um sentimento, mas uma pessoa viva: Jesus Cristo, Filho de Deus. Persuadido intimamente desta certeza, poderá escrever a Timóteo: “Pusemos a nossa esperança em Deus vivo” (1Tm 4, 10). O “Deus vivo” é Cristo ressuscitado e presente no mundo. É Ele a verdadeira esperança: Cristo que vive connosco e em nós e que nos chama a participar na sua própria vida eterna. Se não estamos sozinhos, se Ele está connosco, aliás, se é Ele o nosso presente e o nosso futuro, por que temer? A esperança do cristão é portanto desejar “o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo” (Catecismo da Igreja Católica, 1817). O caminho rumo à grande esperança Assim como um dia encontrou o jovem Paulo, Jesus deseja encontrar também cada um de vós, queridos jovens. Sim, antes de ser um nosso desejo, este encontro é um desejo profundo de Cristo. Mas alguns de vós poderiam perguntar: como posso eu, hoje, encontrá-l’O? Ou também, de que modo Ele se aproxima de mim? A Igreja ensina que o desejo de encontrar o Senhor já é fruto da sua graça? Quando na oração expressamos a nossa fé, também na obscuridade já O encontramos porque Ele se oferece a nós. A oração perseverante abre o coração para O acolher, como explica Santo Agostinho: “O Senhor nosso Deus quer que nas orações se exercite o nosso desejo, de modo que nos tornemos capazes de receber o que Ele pretende dar-nos” (Cartas 130, 8, 17). A oração é dom do Espírito, que nos torna homens e mulheres de esperança, e rezar mantém o mundo aberto a Deus (cf. Enc. Spe salvi, 34). Dai espaço à oração na vossa vida! Rezar sozinho é bom, mas ainda melhor e mais proveitoso é rezar juntos, porque o Senhor garantiu que está presente onde estiverem dois ou três reunidos no seu nome (cf. Mt 18, 20). Existem muitas formas de se familiarizar com Ele; existem experiências, grupos e movimentos, encontros e itinerários para aprender assim a rezar e a crescer na experiência da fé. Participai na liturgia nas vossas paróquias e alimentai-vos abundantemente da Palavra de Deus e da participação activa nos Sacramentos. Como sabeis, ápice e centro da existência e da missão de cada crente e comunidade cristã é a Eucaristia, sacramento de salvação na qual Cristo se faz presente e doa como alimento espiritual o seu próprio Corpo e Sangue para a vida eterna. Mistério deveras inefável! Em volta da Eucaristia nasce e cresce a Igreja, a grande família dos cristãos, na qual se entra com o Baptismo e nos renovamos constantemente graças ao sacramento da Reconciliação. Depois, os baptizados, mediante a Crisma, são confirmados pelo Espírito Santo para viver como autênticos amigos e testemunhas de Cristo, enquanto os Sacramentos da Ordem e do Matrimónio os tornam preparados para realizar as suas tarefas apostólicas na Igreja e no mundo. A Unção dos enfermos, por fim, faz-nos experimentar o conforto divino na doença e no sofrimento. Agir em sintonia com a esperança cristã Queridos jovens, se vos alimentardes de Cristo e viverdes imersos n’Ele como o apóstolo Paulo, não podereis deixar de falar d’Ele, de O fazer conhecer e amar por tantos vossos amigos e coetâneos. Tendo-vos tornado seus fiéis discípulos, sereis assim capazes de contribuir para formar comunidades cristãs impregnadas de amor como aquelas das quais fala o livro dos Actos dos Apóstolos. A Igreja conta convosco para esta empenhativa missão: não vos desencoragem as dificuldades e as provas que encontrardes. Sede pacientes e perseverantes, vencendo a natural tendência dos jovens para a pressa, para querer tudo e já. Queridos amigos, como Paulo, testemunhai o Ressuscitado! Fazei-O conhecer a quantos, vossos coetâneos ou adultos, estão em busca da “grande esperança” que dê sentido à sua existência. Se Jesus se tornou a vossa esperança, dizei-o também aos outros com a vossa alegria e com o vosso compromisso espiritual, apostólico e social. Habitados por Cristo, depois de ter posto n’Ele a vossa fé e de lhe ter dado toda a vossa confiança, difundi esta esperança ao vosso redor. Fazei escolhas que manifestem a vossa fé; mostrai que compreendestes as insídias da idolatria do dinheiro, dos bens materiais, da carreira e do sucesso, e não vos deixeis atrair por estas quimeras falsas. Não cedais à lógica do interesse egoísta, mas cultivai o amor ao próximo e esforçai-vos por colocar a vós mesmos e as vossas capacidades humanas e profissionais ao serviço do bem comum e da verdade, sempre prontos a responder “a quem vos perguntar a razão da vossa esperança!” (1 Pd 3, 15). O cristão autêntico nunca está triste, mesmo quando tem que enfrentar provas de vários tipos, porque a presença de Jesus é o segredo da sua alegria e da sua paz. Maria Mãe da Esperança Modelo deste itinerário de vida apostólica seja para vós São Paulo, que alimentou a sua vida de fé e esperança constantes seguindo o exemplo de Abraão, do qual escreve na Carta aos Romanos: “Ele mesmo, contra o que podia esperar, acreditou que havia de ser pai de muitas nações” (Rm 4, 18). Por estas mesmas pegadas do povo da esperança formado pelos profetas e pelos santos de todos os tempos nós prosseguimos rumo à realização do Reino, e no nosso caminho acompanhe-nos a Virgem Maria, Mãe da Esperança. Aquela que encarnou a esperança de Israel, que doou ao mundo o Salvador e permaneceu, firme na esperança, aos pés da Cruz, é para nós modelo e amparo. Sobretudo, Maria intercede por nós e guia-nos na escuridão das nossas dificuldades para o alvorecer radioso do encontro com o Ressuscitado. Gostaria de concluir esta mensagem, queridos jovens amigos, fazendo minha uma bela e conhecida exortação de São Bernardo inspirada no título de Maria Stella maris, Estrela do mar: “Tu que na instabilidade contínua da vida presente, te vês mais a flutuar entre as tempestades do que a caminhar na terra, mantém fixo o olhar no esplendor desta estrela, se não quiseres ser aniquilado pelos furacões. Se insurgem os ventos das tentações e te encalhas entre as rochas das tribulações, olha para a estrela, invoca Maria… Nos perigos, nas angústias, nas perplexidades, pensa em Maria, invoca Maria… Seguindo os seus exemplos não te perderás; invocando-a não perderás a esperança; pensando nela não cairás no erro. Amparado nela não escorregarás; sob a sua protecção nada recearás; com a sua guia não te cansarás; com a sua protecção alcançarás a meta” (Homilias em louvor da Virgem Mãe, 2, 17). Maria, Estrela do mar, sê tu a guiar os jovens do mundo inteiro ao encontro com o teu Filho divino Jesus, e sê ainda tu a celeste guarda da sua fidelidade ao Evangelho e da sua esperança. Ao garantir a minha recordação quotidiana na oração por todos vós, queridos jovens, abençoo de coração a vós e às pessoas que vos são queridas. Vaticano, 22 de Fevereiro de 2009. BENEDICTUS PP. XVI

    quinta-feira, 2 de abril de 2009

    VEM AÍ O 12º INTERECLESIAL DAS CEBS

    O tema do 12o. Intereclesial: “CEBs, Ecologia e Missão” e o lema: “Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia” convidam-nos a adentrar nas linhas e travessões da floresta amazônica, nos emaranhados dos igarapés e na imensidão dos rios para ouvir com o coração o que Deus tem falado “muitas vezes e de muitos modos” (Hb1,1) as nossas comunidades que receberam “do Criador e do Cristo, “primogênito de toda criatura”, a missão de ser, junto com toda a humanidade, “Irmã da Criação”. Por isso, a Igreja considera como parte da sua opção fundamental a salvaguarda de toda a criação, chama todos os homens e mulheres a cuidarem do Planeta como sua casa comum. (Doc.Ass.Reg.N1eN2,1997, n.37) Em 2009, o 12º. Intereclesial das CEBs vai marcar profundamente a comunhão eclesial da Arquidiocese de Porto Velho. A preparação dos últimos três anos, o DOZINHO: I Encontro Arquidiocesano das CEBs reunindo a maior representatividade de nossa arquidiocese, a Romaria da Bíblia, são motivos para animar a nossa caminhada neste chão de Rondônia; colocam-nos em estado permanente de Missão, no espírito do documento de Aparecida. “Aprendemos dia após dia que cada acontecimento eclesial possui o caráter de sinal, pelo qual Deus Se comunica a Si mesmo e nos interpela” (Sacramentum Caritatis 92). Estamos unidos aos povos de diferentes culturas, “aos povos da floresta em sua contemplação do Deus da Vida que manifesta o seu amor maternal na terra, no céu estrelado, no mistério das matas e dos rios” (n.35). Vamos alargar a tenda porque aqui Deus está acampado no meio de nós. As CEBs vivem sua missão nessa região, onde a aliança do Criador com o universo aparece tão fortemente, seja na tradição bíblica, seja nas culturas indígenas. “Eis o que diz o Senhor: Quero fazer uma aliança com os animais da floresta e as aves do céu, com os répteis do chão e tudo o que vive na terra. Vou eliminar o arco e as armas de guerra para que todas as criaturas descansem em seguran­ça. Então, vou me casar contigo na justiça e na misericórdia, na fidelidade e na compaixão. Eu escutarei os céus e eles escutarão a terra, e a terra escutará as plantações” (Os 2, 18-19. 21). Do Bioma Amazônico, a terra ferida, as constantes ameaças à vida, gritos de dor “eu ouvi o clamor do meu povo” (Ex 3,7) e impulsos para um novo parto; são os desafios resultantes do caminho destruidor das florestas, rios e biodiversidade; da grilagem de terras, dos plantadores de soja, do desmatamento e destruição da vida da floresta, das madeireiras, plano de exploração de bauxita e outros minérios, narcotráfico, hidrelétricas, inércia dos governos federal, estadual e municipais, corrupção política, crime organizado. Enquanto, de um lado, o maior desafio dos povos da Amazônia é a construção de uma proposta de desenvolvimento que evite a destruição da floresta e a poluição das águas, que não ameace a sua incrível biodiversidade; de outro lado, os povos da floresta amazônica estão construindo formas de convivência com a Amazônia e estão dando sinais de que desejam que os caminhos de desenvolvimento sejam redefinidos a partir de seus conhecimentos e de suas estratégias, e contem com sua participação efetiva. Devemos favorecer uma autêntica mudança de mentalidade no modo como lemos a história e o mundo através da forma eucarística da existência. Somos impelidos “a considerar a terra como criação de Deus, que produz quanto precisamos para o nosso sustento. As condições ecológicas em que a criação subjaz em muitas partes do mundo suscitam justas preocupações, que encontram motivo de conforto na perspectiva da esperança cristã, pois esta compromete-nos a trabalhar responsavelmente na defesa da criação”. (Sacramentum Caritatis 92). O documento de Aparecida ilumina-nos diante das contradições que derrubam os modelos antigos de missão em que nos apoiamos e nos obrigam a reinventar o novo modo de buscar respostas para a fome de vida e de justiça; ajuda-nos a criar uma “consciência sobre a importância da Amazônia para toda a humanidade e a estabelecer entre as Igrejas locais de diversos países sul-americanos, que estão na bacia amazônica, uma pastoral de conjunto com prioridades, para criar um modelo de desenvolvimento que privilegie os pobres e sirva o bem comum.” (DA 415) Texto: Dom Moacyr Grechi Fonte: CNBB