• segunda-feira, 29 de março de 2010

    O BRASIL NO X FÓRUM INTERNACIONAL DE JOVENS

    O BRASIL NO X FÓRUM INTERNACIONAL DE JOVENS

    Está acontecendo em Rocca di Papa, nas proximidades de Roma, a 10ª. edição do Fórum Internacional de Jovens, organizado a cada três anos pela Seção Jovem do Pontifício Conselho para os Leigos, reunindo jovens de mais de 90 países, entre eles o Brasil e outros países lusófonos, para refletir e rezar sobre o tema “Aprender a amar”.

    A representação brasileira é composta pelo Assessor Nacional do Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Padre Carlos Sávio, acompanhado de três jovens que representam diferentes dimensões da juventude católica em nosso país.

    Uma das representantes brasileiras, a jovem Maria José dos Santos (Conselho Nacional dos Leigos – Diocese de Penedo/AL) destaca: “A expectativa na participação neste Fórum Internacional de jovens para mim é grande. Estamos aqui para representar mais de 100 milhões de jovens brasileiros”.

    Também a representante dos Movimentos e Novas Comunidades do Setor Juventude, a jovem Claudia Helena Zago (Arquidiocese de Maringá/PR), está presente no X Fórum Internacional de Jovens e revela: “Pelo que temos visto neste encontro, já estamos cheios de desejo de voltar ao Brasil para repassar aos nossos coetâneos o que temos ouvido aqui”.

    O terceiro jovem brasileiro que pertence à delegação do Setor Juventude da CNBB é Alexandre Piero (da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de São Paulo), a partir do que tem ouvido no encontro sobre o tema central “Aprender a amar” ressalta: “Amar é uma das formas de transbordar a vida. No amor encontramos o sentido da vida. Creio que amar é pôr-se em uma relação que comunica vida, especialmente quando o amor é verdadeiro. Queremos, neste Fórum Internacional, – prossegue – revitalizar nossas forças para como jovens discípulos e missionários de Jesus Cristo chegar a tantos outros jovens que tem batido à porta de nossa Igreja em busca do sacramento do matrimônio e também os que ainda não reconhecem neste um valor verdadeiro”.

    Além da delegação do Setor Juventude da CNBB, os jovens lusófonos também estão representados no Fórum pelas delegações de Portugal e de Angola, formada cada uma por dois jovens. Entre os conferencistas do Fórum é um brasileiro: o consultor do Pontifício Conselho para os Leigos e fundador da Comunidade Shalom, Moysés Azevedo.
    Ouça o nosso colega Rafael D'Aqui que nos fala sobre os trabalhos deste terceiro dia do Fórum Internacional da Juventude. Entrevista ao Assessor Nacional do Setor Juventude da CNBB, Padre Carlos Sávio, que nos fala sobre o tema deste Fórum "Aprender a amar".

    Fonte: http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=367510

    sexta-feira, 26 de março de 2010

    Dinheiro e Semana Santa

    por Dom Demétrio Valentini* Segunda-feira Santa - A paixão de Cristo e o dinheiro O Evangelho da segunda-feira da Semana Santa traz a história do perfume precioso, derramado por Maria sobre os pés de Cristo na casa de Lázaro. Era caro, e segundo Judas, valia "trezentos denários". Dinheiro e política compõem o cenário da paixão de Cristo. Por trinta moedas subornaram Judas para entregar Jesus. E se valeram das veleidades políticas de Pilatos para condená-lo à cruz: "se soltas este homem não és amigo de César". Dinheiro e política compõem também o cenário do drama do povo. A amizade com os "césares" continua condicionando as causas do povo. E assim os recursos financeiros não são aplicados segundo as necessidades urgentes dos pobres, como a saúde, a educação, a moradia, o transporte, o emprego. Judas, o zelador da "bolsa", diz que o perfume poderia ser vendido, para que o dinheiro fosse dado aos pobres. Na verdade, ele queria roubar o dinheiro. Assim fazem entre nós os demagogos: levantam a bandeira dos pobres, mas entram na política por interesses pessoais. Judas traiu Cristo, os demagogos traem o povo. Jesus coloca critérios de valor para o uso do dinheiro. À primeira vista, o perfume derramado por Maria era um desperdício. Na verdade, era uma ação educativa: o dinheiro precisa estar sempre disponível para as grandes causas. Jesus estava prestes a empenhar sua própria vida pela causa da humanidade. O dinheiro do perfume derramado sobre seu corpo se revestia da mesma finalidade. Jesus estava dando o critério para a destinação primordial do dinheiro: "pobres sempre tereis convosco". O dinheiro entrou na paixão de Cristo. Ele entre no drama da vida humana. É necessário que ele seja assumido, com responsabilidade. Faz parte de nossos compromissos analisar a serviço de que causas está sendo colocado o nosso dinheiro. Terça-feira Santa - Dinheiro: amor ou traição? A traição de Judas é capítulo indispensável da paixão de Cristo. É o que a liturgia coloca nesta terça-feira da Semana Santa. E, de novo, o dinheiro integra o cenário desta traição. Diz o Evangelho que o Mestre estava perturbado diante da iminência da traição. Partilha esses sentimentos com seus discípulos. Pois o contexto era de intimidade, de amizade, de confiança: uma refeição. Tanto mais destoava a traição, pois vinha de um amigo, e usava as aparências da amizade para se perpetrar. Observa o Evangelho que Judas pôde sair tranqüilo da sala, e partir para a traição, aparentando as boas intenções do seu ofício: como encarregado do dinheiro, todos pensavam que ele fosse "comprar o que precisavam para a festa, ou dar alguma coisa para os pobres". Para isto serve o dinheiro: para a festa da vida, e para ajudar os pobres. Nada mais comovente do que ver a alegria dos pobres partilhando o pouco que possuem. As festas dos pobres são bonitas. Com seus parcos recursos, multiplicam a alegria da convivência, da acolhida mútua, da descontração, da alegria de viver. Parece o milagre da multiplicação dos pães: a carência de todos se transforma em surpreendente abundância, e resulta que todos se saciam, e ainda sobre alguma coisa. Na casa do pobre sempre há lugar para mais um. Quando chega o visitante, é bem acolhido, é convidado à mesa, e ninguém se preocupa se a comida será suficiente. Com um pouco de dinheiro dá para multiplicar o amor. Aí o dinheiro se transforma em vida e em alegria. Ele fica abençoado. Ele atinge sua finalidade. O dinheiro que caía na bolsa de Judas deveria servir ao amor. O drama é que o dinheiro está tão perto da traição, quando passa a ser objeto de cobiça. Aí ele perde sentido, e leva para a perdição. Viver a Páscoa é recolocar o dinheiro a serviço da vida e do amor. Quarta-feira Santa - Dinheiro e poder: os critérios da negociação Em plena Semana Santa, o Evangelho insiste em mostrar a presença e a ação do dinheiro na história da paixão de Cristo. Nesta quarta-feira Mateus nos conta que Judas foi negociar com os sumos sacerdotes. A traição ficou cotada em trinta moedas. Acertaram-se no preço, na quantia de dinheiro. Mas com isto o Justo ficou sacrificado. Fizeram acordo. Entenderam-se a respeito do valor monetário. Mas esqueceram o valor da vida, que não tem preço. E assim o Cristo foi condenado a morrer. Diante desta história do Evangelho, podemos situar melhor o problema dos acordos financeiros. Entre nós se discute tanto, e com razão, os termos dos acordos que regem hoje as relações financeiras no mundo globalizado. Até os pobres falam no FMI. No Brasil foi feito o plebiscito sobre a Dívida Externa, e a primeira pergunta dizia respeito, exatamente, aos "acordos com o FMI". Mesmo sem conhecer os termos exatos destes acordos, o povo intui que eles se revestem de uma perversidade que não pode ser aceita. E’ que os acordos não podem se limitar a reger relações financeiras. Eles precisam estar relacionados com a vida do povo. Caso contrário, correm o risco de serem injustos, e de colocarem em risco a sobrevivência dos pobres. Sem a vinculação ética que a deve reger, a economia perde sentido, e se torna instrumento para condenar à morte a multidão dos excluídos. O dinheiro, por pouco que seja, dá um poder de negociação. Com uma pobre bolsa na mão, Judas se transformou em negociador diante do sistema do poder estabelecido. E foi capaz de provocar uma grande injustiça. Usar corretamente o poder de negociação que nosso dinheiro nos proporciona, é um sério dever ético, para todos, em nosso tempo. Pois está em causa a vida das pessoas, sobretudo dos indefesos. Quinta-feira Santa - Gratuidade além do dinheiro No clima comovente de despedida, o Evangelho narra hoje o gesto de Cristo, de lavar os pés dos apóstolos. E explica como este gesto nascia de um amor sem limites: "tendo amado os seus, amou-os até o extremo" (Jo 13,1). De novo, o contraponto deste amor é o ódio cego, que já tinha se instalado no coração de Judas. A ganância do dinheiro tinha toldado o horizonte de Judas. O acordo com os sumos sacerdotes o condicionava, e ele se sentia na obrigação de trair o Mestre. "O diabo já tinha seduzido Judas para entregar Jesus" (Jo 13,2). O diabo se instala a partir da lógica do lucro. É importante evitar de entrar nesta lógica. Pois uma vez instalada, tem a força de uma coerência, tantas vezes afirmada enfaticamente pelos economistas, que teimam em insistir na "verdade única" da inexorabilidade do processo econômico excludente que impõe seus critérios. Não se trata de negar esta coerência intrínseca. Trata-se de mudar de princípio. Trata-se de substituir o "diabo" do lucro pela gratuidade do amor, feito serviço aos irmãos. Como fez Cristo na quinta-feira, em contraste total com o que foi fazer Judas, no mesmo dia e na mesma hora. A lógica do lucro produz insensibilidade humana, e fecha dentro de "direitos" que se respaldam em leis inspiradas para sua defesa. A força do amor leva a ultrapassar os "deveres", e chega a gestos surpreendentes, rompendo os horizontes das formalidades, e estabelecendo uma nova atitude de solidariedade e de comunhão. Os discípulos nunca mais irão esquecer o Mestre que lavou seus pés. E descobrem nele um motivo para a entrega de suas vidas, além das medidas humanas, e muito além da lógica do lucro. Só o amor, transformado em serviço gratuito, rompe os limites do lucro. Sexta-feira Santa - Condenação de Cristo - julgamento do sistema Hoje o dia nos convida a olhar, com respeito, para o Cristo condenado na cruz. O fato permanece como a interpelação mais profunda da história humana: como foi possível uma pessoa que "passou fazendo o bem a todos", ser condenada na cruz? As lições permanecem inesgotáveis. No seu conjunto, atestam com evidência a diferença de critérios a presidir um projeto de vida e de sociedade. Um projeto que se guia pelos contra valores do ter, do poder e do prazer, não tolera um projeto que se guia pela doação, pelo serviço e pelo amor. E se sente na obrigação de eliminar os que o contestam com o testemunho da própria vida. Sua urgência de condenar é confissão da própria fraqueza, incapaz de encontrar justificativas humanas para se sustentar. Foi assim que o próprio Cristo entendeu o significado de sua iminente condenação: ela iria significar o julgamento dos que o estavam condenando. Cristo bateu de frente com o sistema de dominação religiosa, política re econômica, exercida sobre o povo pelos detentores do poder. Mas estes, para executar seus planos, acionaram a ambição financeira. Ofereceram dinheiro para Judas entregar o Mestre, para ser submetido a julgamento, e ser condenado a morrer. Com o Cristo crucificado se identificam milhões de inocentes, condenados a morrer pelo sistema que os exclui da vida. São vítimas da ambição do poder, da ânsia desordenada do ter, e do desejo desenfreado do prazer, dos que hoje ainda detêm em suas mãos o destino das pessoas. Mas o condenado na cruz nos convida a fazermos a opção certa, e assumir o seu projeto. Sábado Santo - Empréstimo provisório Depois da sexta-feira intensa e movimentada, carregada de tensões e sofrimentos, veio o sábado do repouso. Como faz bem um dia de repouso, sem agenda, sem acontecimentos, sem agitação, sem notícias. Para ser vivido no silêncio, na paz, no sono, na espera. Um dia que parece vazio. Mas que na verdade se enche de mistério e de esperança. As atenções se voltavam para o túmulo, onde ainda estava o corpo do Cristo. Um túmulo emprestado. Um túmulo de família rica. Após a morte de Cristo, José de Arimateia e Nicodemos saíram do anonimato, e ofereceram seus préstimos às mulheres, para darem ao falecido uma sepultura digna. Compraram caros perfumes, conseguiram emprestado um túmulo, e nele depositaram o corpo do Senhor. Foi tarde demais a intervenção deles? Não podiam ao menos ter pago um advogado, para defender o acusado, num processo tão cheio de irregularidades jurídicas? Em todo o caso, agora agiam sem constrangimentos, respaldados pela dignidade da morte, que tem a força de se sobrepor às injustiças contra a vida. A morte dos pobres se constitui em força irresistível em favor de suas vidas. Como a morte de Cristo, plantada no túmulo, de onde brotaria com força nova e irresistível a vida ressuscitada. Nunca é tarde para colocar nossos recursos a serviço da vida. O túmulo emprestado lembra os empréstimos dos ricos para os pobres. Aquele foi um empréstimo provisório, de apenas três dias, e que compôs o contexto de onde a vida eclodiu, exuberante, para sempre. Um empréstimo provisório, que serviu para uma vida definitiva. Ao contrário de muitos empréstimos de hoje, que mais parecem túmulos definitivos, a sepultar para sempre as esperanças dos pobres. Esta sábado ensina aos nicodemos de hoje que o melhor fruto dos recursos financeiros não sãos os juros acumulados, mas a alegria de ver ressuscitada a vida dos pobres. Domingo de Páscoa - Túmulo vazio - corações cheios O domingo da ressurreição começou na madrugada, com Madalena e as outras mulheres. E terminou noite a dentro, com os discípulos de Emaús e os apóstolos reunidos. Um longo aprendizado, para passar da decepção do túmulo vazio, para a plenitude da alegria com a presença do Senhor Ressuscitado. Todos os pequenos episódios deste dia ensinam a passar das decepções para a esperança, da morte para a vida, do sofrimento para a alegria. O túmulo vazio não era fruto de roubo praticado. Era ausência de morte, era sinal de vida. O vazio de Deus em nossa vida é sinal de sua presença, é espaço para nossa afirmação, é convite para mergulharmos em seu mistério de amor. As interrogações dos discípulos não eram prova do contra senso, eram pistas para a descoberta da verdade. As decepções dos apóstolos não eram confirmação do engano, mas purificação das mentes, para se abrirem aos desígnios divinos, que superam as falsas expectativas humanas. Para experimentar a presença do Senhor não precisavam de muita coisa. "Tendes aí alguma coisa para comer?" (Lc 24,41). Bastam algumas coisas! Não precisamos abarrotar nossas despensas, não precisamos de grandes somas em nossas contas bancárias, não precisamos de grandes investimentos nas bolsas. A frugalidade está mais próxima da alegria e da plenitude. Corações abarrotados de desejos não deixam entrar a luz da vida. O Ressuscitado atravessou paredes e portas fechadas, mas não passa pela barreira da ganância e por cima do acúmulo. Assim, a paixão tinha preparado os corações para a alegria do reencontro, para a paz que vem do Senhor, para o perdão gratuito e total, para o Espírito que era concedido aos discípulos como primícias da vida nova e definitiva que já brilhava no corpo ressuscitado do Senhor. Estavam removidos os obstáculos da morte, estava aberto o caminho da vida verdadeira. Por ele somos convidados a andar, à luz da fé no Ressuscitado! * Bispo de Jales (SP) e Presidente da Cáritas Brasileira. Fonte: http://www.cnbbsul1.org.br/index.php?link=news/read.php&id=5531

    quarta-feira, 24 de março de 2010

    NOVOS PARADIGMAS DA RELIGIOSIDADE JUVENIL

    Neste artigo pretendemos apresentar uma reflexão sistemática acerca da religiosidade juvenil. Demonstramos, antes de tudo, que precisamos nos dar conta de que a religiosidade juvenil tem mudado frequentemente devido a novas concepções e percepções aparentemente notáveis, porém, muitas vezes difíceis de serem aceitas por determinadas famílias e/ou pela sociedade. Objetivamente, tanto pelo tema bem como pela expansão proposta pelo artigo, não pudemos nos deter em aprofundar tais conceitos, mas sim apontar aspectos relevantes que influenciam, hoje, a relação do jovem com o sagrado. De uma maneira mais precisa destacamos a relevância da religião em sua vida e como o jovem cultiva sua religiosidade, ou seja, qual a sua relação com o sagrado diante de uma sociedade capitalista e hedonista. Na seqüência, apresentamos algumas reflexões abordando a importância de não estarmos alheios aos novos paradigmas da religiosidade juvenil. Pretendemos que o leitor tenha uma visão holística da religiosidade que permeia o mundo juvenil, contribuindo assim para sua transcendência. Abordar o tema “novos paradigmas na religiosidade juvenil” não é tarefa tão simples como parece, ainda mais a percebendo e analisando-a sob a ótica da pós-modernidade, na qual praticamente interfere de maneiras, muitas vezes maléficas na sociedade desmontando as balizas orientadoras da ética e da religião. Conforme descrito no doc. 85 da CNBB[1] (2007, p. 16): Nas últimas décadas, ao lado da cultura moderna vem-se fortalecendo a cultura pós-moderna. A pós-modernidade não é uma nova cultura que se contrapõe de modo frontal à modernidade. Contatam-se mudanças no cenário, grande velocidade e volume de informações, rapidez na mudança do cotidiano por parte da tecnologia, novos códigos e comportamentos. Devido à globalização e ao poder de comunicação dos meios eletrônicos, essas mudanças vêm penetrando fortemente no meio juvenil. E é a fase juvenil que mais sente este impacto, pois conforme já citamos, o jovem está em constante transformação e em busca de querer ser o melhor em tudo que faz e, consequentemente a sociedade lucra com isto. Basta observarmos a que níveis chegam as propagandas universitárias ou de consumismo. Em suma, colocam o jovem como um mero observador e “consumidor” de tudo. Assim temos, em parte, “o jovem que une a sensação de triunfo da modernidade avançada e o desejo de fruição da vida. Vê o mundo como um gigante vídeo-game colorido. Está sempre a jogar e ansioso por ganhar. Não sabe perder. Nasceu para triunfar.” (LIBÂNIO, 2004, 103). E, diante deste quadro, percebemos, de uma maneira silenciosa, as angústias, indagações, o desejo de responder às suas inquietações como também o de ser reconhecido pela sociedade mesmo que para isto abdique de alguns ou muitos valores éticos, morais, religiosos, recebidos pela família, escola e a própria comunidade religiosa. Conforme Sousa (1999, p. 123) Os valores aprendidos culturalmente constituem para nós, seres humanos, uma segunda natureza: o que consideramos bom, bonito ou verdadeiro parece corresponder à natureza das coisas e ser inquestionável. O tempo todo avaliamos atos como bons ou maus do ponto de vista ético, objetos como bonitos ou feios do ponto de vista estético e afirmações como verdadeiras ou falsas do ponto de vista do conhecimento. Essas avaliações se baseiam em critérios dos quais nem sempre estamos conscientes. Tais critérios funcionam como filtros que orientam nossa interpretação da realidade e, consequentemente, nossas decisões e comportamentos. E de mudança em mudança, de tempo em tempo temos uma juventude carregada de responsabilidade diante da vida (estudo, trabalho, lazer, consumismo, entre outras) e será que há um espaço para o sagrado? Como se configura a sua religiosidade, hoje? Há na sociedade uma espécie de self-service diversificado e atraente, que convida o jovem a experimentar várias religiões, fazendo com que ele consuma apena o que lhe parece significativo e que atenda as necessidades imediatas, formando assim uma identidade religiosa sincrética. Elíade (1995, p. 56), nos deixa claro que O indivíduo teria a possibilidade de tornar-se consciente do sagrado na medida em que essa experiência opõe-se ao profano. A partir dessa perspectiva, ele vai falar da coisa, do espaço, do tempo e da existência humana como sagrados. O seu pensamento aborda a experiência religiosa por meio de uma compreensão do divino como imanente. O ser humano busca sacralizar objetos, lugares, e diversos outros elementos como uma espécie de homenagem e gratidão e, ao mesmo tempo, para que o transcendente seja lembrado e adorado. Procura através de amuletos, estrelas, duendes, imagens de anjos e santos resolver os problemas pessoais de forma rápidas dando, assim, um sentido à sua vida. Trazendo em sua história pessoal a identidade religiosa familiar o jovem, muitas vezes questiona as regras de instituições como a família, a escola e a igreja, justamente aquelas em que ele mais confia e que mais respeita. Não satisfeito com sua tradição religiosa procura outras que atendam as suas necessidades existenciais. Essa necessidade de busca pela divindade faz com que criemos imagens desse ser que julgamos superior a todos os outros seres. Não criamos apenas imagens, mas práticas religiosas que acreditamos serem os meios de nos manter diretamente ligados ao transcendente. Temos então, por um lado, uma juventude que acredita ser a religião importante e que com ela se chega mais fácil ao transcendente e, portanto, participam das missas, cultos, eventos de igrejas, grupos de jovens, enquanto que encontramos também jovens que acreditam em Deus, porém não seguem nenhuma tradição religiosa. Segundo DNPJM[2] (2006, p. 82), há outros elementos relevantes sobre a religiosidade juvenil: As religiões são fontes de sentido e colaboram de forma decisiva na constituição de sua identidade e de sua visão de mundo; as igrejas possibilitam a reunião de jovens em grupos, constituindo lugares de agregação social e de exercício da cidadania. Muitos jovens saídos desses grupos religiosos têm colaborado de forma decisiva para a sociedade, inserindo-se em partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais e associações (...) Contudo, não podemos fechar os olhos diante de outra realidade. Há uma pluralidade quanto ao universo religioso juvenil e isto nos desafia a compreender este cenário e refletir em ações pedagógicas e pastorais a fim de contribuir com o jovem na busca de seu Ser humano e, sobretudo, o Ser divino. Por: Sandra Michelluzzi Biazotto Fonte:http://cesmarpastoral.blogspot.com/2009/09/religiosidade-juvenil.html REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Evangelização da Juventude: Desafios e perspectivas pastorais. São Paulo: Paulinas, 2007. DIÁLOGO: Revista de Ensino Religioso. São Paulo: Paulinas, v. 24, n. 51, ago. 2008. Diretrizes Nacionais da Pastoral Juvenil Marista: PJM – Pastoral Juvenil Marista/Secretariado Interprovincial Marista: São Paulo: FTD, 2006. LIBÂNIO. J.B. Jovens em tempo de pós-modernidade: considerações socioculturais e pastorais. São Paulo: Loyola. 2004. LOPES A. A Idéia sobre o Transcendente nas séries iniciais do Ensino Fundamental de Jaraguá do Sul. In: ELÍADE, M. O Sagrado e o profano. A essência das religiões. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995. SOUSA, Vilma. Juventude, solidariedade e voluntariado. Fundação Odebrecht/Ministério do trabalho, 1999. -------------------------------------------------------------------------------- [1] CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Evangelização da Juventude: Desafios e perspectivas pastorais. São Paulo: Paulinas, 2007. [2] Diretrizes Nacionais da Pastoral Juvenil Marista: PJM – Pastoral Juvenil Marista/Secretariado Interprovincial Marista: São Paulo: FTD, 2006

    terça-feira, 23 de março de 2010

    ANOTE EM SUA AGENDA

    Subsídio da Semana da Cidadania 2010

    PRA COMEÇAR O PAPO... Na Semana da Cidadania queremos refletir sobre o trabalho como uma oportunidade de se organizar, de sonhar junto, de cuidar dos que trabalham com a gente. A dignidade humana também se realiza através do trabalho, do encontro com pessoas diferentes, do aprendizado e do crescimento coletivo, de alimentar os sonhos e de organizar lutas. Quando falamos de suor e sonho, queremos chamar a atenção que no trabalho, junto do esforço e da dor do peso do trabalho, está ali também a oportunidade de sonhar, de transformar as relações e de ser mais humano e mais feliz. No Evangelho de Mateus, Jesus lança o convite: "venham trabalhar na minha vinha". É desejo do Pai que a construção do Reino também passe pelo trabalho humano - e ninguém deve ficar de fora. No início do capítulo 20 desse Evangelho Jesus apresenta uma nova visão do trabalho: ele deve garantir a dignidade de todos/as e não ser instrumento que gera desigualdades. Diante dessa visão mais ampla e revolucionária, é urgente superar toda forma de exploração, violência e exclusão, e pensar o trabalho como a experimentação do novo na busca de um outro mundo possível, onde se gera vida, e não qualquer vida, mas uma vida plena e abundante. Até porque, não podemos nos esquecer: A JUVENTUDE QUER VIVER! A JUVENTUDE E O MUNDO DO TRABALHO "Não somos pescadores domingueiros, esperando o peixe. Somos agricultores, esperando a colheita, porque a queremos muito, porque conhecemos as sementes, a terra, os ventos e a chuva, porque avaliamos as circunstâncias e porque trabalhamos seriamente" Danilo Gandin Nas últimas décadas, a juventude do campo e da cidade tem presenciado e sofrido com o avanço das políticas neoliberais de reestruturação produtiva, que geram, entre outros problemas sociais, o desemprego estrutural e a precarização das relações de trabalho. Esta é uma realidade mundial, mas que atinge especialmente os jovens dos países mais pobres, mas é certo que, o problema que afeta a juventude não está isolado das dificuldades a que o conjunto da sociedade está sujeito. A luta pelo trabalho, como um dos direitos fundamentais do ser humano, e, central para sua realização pessoal, é uma tarefa importante. No entanto, é preciso ter o entendimento de que esta tarefa deve servir à libertação dos homens e mulheres (jovens ou não) e não à sua exploração e desumanização. “Não oprima o seu próximo, nem o explore, e que o salário do operário não fique com você até o dia seguinte” (Lv 19,13) Dados e informações de artigos e pesquisas sobre Juventude e Trabalho, contribuem para o olhar sobre a realidade da juventude brasileira no que diz respeito ao mundo do trabalho, como é o caso da pesquisa “Juventude e trabalho: alguns aspectos do cenário brasileiro contemporâneo” de Carla Coelho Andrade do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que, dentre muitas outras contribuições,nos mostra que: - O desemprego entre os jovens brasileiros é significativamente superior ao do restante da população. Ainda que, ao longo dos anos, tenha havido aumento das médias de escolarização dos jovens e uma melhora nas condições de trabalho – com alta da formalização –, não se observou aumento correspondente na oferta de empregos. - O ingresso no mundo do trabalho constitui-se, tradicionalmente, em um dos principais marcos da passagem da condição juvenil para a vida adulta. No entanto, nas últimas décadas, em funções de intensas transformações produtivas e sociais, ocorreram mudanças nos padrões de transição de uma condição à outra. O diagnóstico dominante aponta para as enormes dificuldades dos jovens em conseguir uma ocupação, principalmente em obter o primeiro emprego, dado o aumento da competitividade, da demanda por experiência e por qualificação no mercado de trabalho. Com isso, a transição para a vida adulta tem sido retardada. Duas são as principais justificativas da mudança: maior expectativa de vida para a população em geral, e maior dificuldade desta geração em ganhar autonomia em função das transformações no mundo do trabalho. - O adiamento do ingresso dos jovens adolescentes no mundo do trabalho, a princípio, pode ser considerado um fato positivo. Um grande número de pesquisadores e gestores argumenta justamente que é fundamental postergar a entrada no mercado de trabalho para permitir a estes jovens, sobretudo, a permanência na escola e a aquisição de diplomas escolares de nível mais alto, com vistas à obtenção de melhores postos de trabalho, tanto em termos de remuneração como de possibilidade de realização pessoal. Em 2007, 82,1% da população de 15 a 17 anos frequentavam a escola. No entanto, apenas 48,0% cursavam o ensino médio. Embora, ao longo dos últimos anos, a taxa de frequência líquida nesta faixa etária venha apresentando crescimento contínuo, ainda é bastante alto o índice de distorção idade-série, situação que favorece a evasão escolar. Muitos jovens terminam efetivamente por abandonar os estudos, com escolaridade ainda muito baixa, o que lhes subtrai um importante requisito para pleitear melhores empregos. - Isso não quer dizer que maior escolarização garanta automaticamente aos jovens o ingresso em bons postos de trabalho, pois o incremento na oferta de mão-de-obra qualificada não segue necessariamente o mesmo ritmo do aumento na demanda por profissionais qualificados (CASTRO e AQUINO, 2008). - Quando o jovem busca elevar a escolaridade, o faz combinando o estudo com a atividade laboral. Este tipo de situação demarca um modo particular de vivência do tempo de juventude, que não se identifica com aquilo que acabou se instituindo, inclusive no senso comum, como modelo de jovem universal: aquele que se libera do trabalho para poder se dedicar aos estudos e ao lazer. -Para muitos jovens, é seu próprio trabalho que lhes possibilita arcar com os custos vinculados à educação. Para muitos também, especialmente os integrantes das camadas populares, os baixos níveis de renda e capacidade de consumo da família redundam na necessidade do seu trabalho como condição de sobrevivência familiar. - Salienta-se que, mesmo quando o trabalho não é uma imposição ditada pela necessidade de subsistência familiar, o que por si só o justificaria, os jovens têm a tendência de encará-lo como uma oportunidade de aprendizado, de ter acesso a variados tipos de consumo e de lazer, de alcançar a emancipação econômica. Desse modo, a associação entre os baixos níveis de renda familiar e a possibilidade de o jovem estar inserido como estudante e trabalhador na estrutura ocupacional não é tão imediata quanto parece. São muitos os jovens cuja renda familiar possibilitaria uma dedicação exclusiva aos estudos, mas que acabam optando, ou melhor, escolhendo também trabalhar. - No que tange à inserção no mercado de trabalho, as trajetórias ocupacionais dos jovens têm sido marcadas pelo signo da incerteza: estes ocupam as ofertas de emprego que aparecem, normalmente de curta duração e baixa remuneração, o que deixa pouca possibilidade de iniciar ou progredir na carreira profissional. Isto sem que se tomem em consideração as rápidas transformações tecnológicas que se refletem no mercado de trabalho, modificando especializações em pouco tempo, e tornando obsoletas determinadas profissões. - Inquieta igualmente a persistência das desigualdades de gênero e raça/cor: piores rendas são exatamente as das jovens mulheres e as dos jovens negros (pretos e pardos). Ainda que os dados mostrem uma redução destas desigualdades, elas permanecem gritantes; - Hoje, jovens de todas as classes e situações sociais expressam inseguranças e angústias ao falar das expectativas em relação ao trabalho, no presente e no futuro. Eles vivenciam, de modo sofrido e dramático, o que alguns estudiosos têm chamado de “medo de sobrar” (NOVAES, 2007). Diante deste cenário e de outros tantos dados de pesquisas nesta área, é possível observar que a questão do trabalho tem se apresentado como uma das grandes preocupações dos jovens. Segundo a mesma pesquisa de Carla Coelho de Andrade, o trabalho é apontado pelos jovens como um dos principais direitos, além de ser uma das principais pautas na área de Políticas Públicas para a juventude. Observa também que está comprovado que é necessário desenvolver programas e ações de Estado que transformem a situação atual, levando-se em conta o aumento da vulnerabilidade deste grupo social, a limitada oferta de oportunidades, as especificidades da condição juvenil contemporânea e o contexto histórico. “Ser jovem, hoje, é ser afetado pelo narcotráfico, pela indústria bélica, pela maneira como funciona o mundo do trabalho. A juventude rural é o ‘espelho retrovisor’ do processo de desenvolvimento do campo e da cidade” (Regina Novaes) Os jovens do meio rural estão, mais do que nunca, na busca de ampliar seu espaço. Lutam pelo acesso à cultura, à educação, às tecnologias e a renda, sem deixar, no entanto, de valorizar suas raízes campesinas. Para muitos que atuam na agricultura familiar, a escolha profissional implica em decidir que caminho seguir: sair ou ficar? Pensar nestes problemas enfrentados pela juventude no campo é pensar nas dificuldades que atingem a geração de modo geral. Apesar das diferenças existentes entre a realidade do campo e a da cidade, não podemos perder de vista que todos nós sofremos as consequências e impactos do modelo de sociedade capitalista. Mas isso não é sinal de que o trabalho deixa de ter sentidos diferenciados, e para além do acesso à renda, o trabalho é significado pela juventude como independência, emancipação, possibilidade de aprendizado, de desenvolver a criatividade, de vivência da coletividade, de dignidade... Já diziam os Titãs que a “gente não quer só comida”. O trabalho é central para o ser humano, desde que seja concebido como força criadora, transformadora, como capacidade de realização pessoal, como tarefa de continuidade do projeto de Deus, de libertação individual e coletiva e não somente como forma de garantir as condições “necessárias para a sobrevivência”. “Formar na ética cristã que estabelece como desafio a conquista do bem comum a criação de oportunidades para todos, a luta contra a corrupção, a vigência dos direitos do trabalho e sindicais; é necessário colocar como prioridade a criação de oportunidades econômicas para setores da população tradicionalmente marginalizados, como as mulheres e os jovens, a partir do reconhecimento de sua dignidade.” (Documento de Aparecida - DA 406 b) É desafio para a juventude e para as Pastorais da Juventude, a presença de forma intensa na construção de um novo projeto de sociedade., de um projeto de vida que almeje o trabalho como produtor de sentidos .Está nos colocada a tarefa de construir e apoiar propostas alternativas (e significativas) de trabalho e de geração de renda e de VIDA. “A pastoral da Juventude ajudará os jovens a se formar de maneira gradual, para a ação social e política e a mudança de estruturas, conforme a Doutrina Social da Igreja, fazendo própria a opção preferencial e evangélica pelos pobres e necessitados.”(DA 446 e) Não há saída sem organização. Não há solução individual, apenas coletiva. Por isso, somos convocados e convocadas a trabalhar de forma coletiva e solidária, a olhar para a realidade de forma crítica. Somos chamados e chamadas a denunciar o trabalho como forma de violência, de morte, de exploração , de desumanização e a anunciar o trabalho que gera vida, realização, emancipação; que é criativo, solidário, fonte de desenvolvimento social e não apenas econômico. Somos convocados acima de tudo a sonhar... não o sonho dos que esperam, mas o sonho dos que trabalham e ajudam a construir um outro mundo, que já sabemos que é possível. “Vamos juntos gritar, girar o mundo. Chega de violência e extermínio de jovens” (Gisley Azevedo Gomes) TRABALHAR, POR QUÊ? Louvamos a Deus pelos talentos, pelo estudo e pela decisão de homens e mulheres para promover iniciativas e projetos geradores de trabalho e produção, que elevam a condição humana e o bem-estar da sociedade. A atividade empresarial é boa e necessária quando respeita a dignidade do trabalhador, o cuidado do meio-ambiente e se ordena o bem comum. Perverte-se ao visar só o lucro, atenta contra os direitos dos trabalhadores e a justiça. (DA 122) Pelo trabalho o homem transforma o mundo e constrói a si mesmo. Trabalhando construímos o mundo que nos rodeia! Olhe à sua volta e observe quantas coisas foram construídas pelo homem? Provavelmente a maior parte do que você vê é fruto do trabalho, seu e de outras pessoas. Mas não é só isso! O trabalho nos ajuda a construir nossa própria identidade! Já reparou que quando perguntamos a uma criança o que ela quer ser quando crescer, ela nos responde com o que ela quer fazer? Parece que o trabalho que fazemos diz alguma coisa sobre quem somos nós e qual nosso papel no mundo! Podemos não ser apenas o que fazemos, mas o que fazemos certamente diz alguma coisa sobre quem somos. Qual a importância do trabalho para você e para o seu grupo? No que vocês gostariam de trabalhar? Por quê? A sociedade se organiza para dividir o trabalho que precisa ser feito entre as pessoas... Dessa forma, cada um tem sua tarefa e todas as necessidades da coletividade podem ser atendidas. Isto sempre foi assim, em todas as sociedades. Por exemplo, em um navio, há quem cuide da vela, da navegação, da limpeza e da cozinha... Na nossa sociedade esta divisão é feita de uma forma muito mais complicada... Como tudo em uma sociedade capitalista é regido pelo Mercado, o trabalho não escapa à regra. Então se fala em Mercado de Trabalho. Isto significa que o trabalho é tratado como uma mercadoria e dividido de forma que algumas pessoas podem comprar o trabalho de outras. As pessoas que não têm outra opção vendem seu próprio trabalho para sobreviver! Você acha que o trabalho é uma mercadoria como qualquer outra? Por quê? O trabalhador que vende seu trabalho, recebe em troca um pagamento ou salário. O empregador paga o salário do trabalhador e fica com aquilo que ele produziu. O problema aqui é que geralmente o trabalhador recebe menos pelo seu trabalho do que o valor daquilo que produziu e quem comprou seu trabalho fica com a diferença. Pior ainda, muitas vezes o salário que recebe por seu trabalho é insuficiente até para que o trabalhador possa se manter e sustentar sua família com dignidade. Ao mesmo tempo há algumas pessoas que recebem salários altos e podem viver com luxo e conforto. Por que isto acontece? Será que o trabalho de uma pessoa pode mesmo valer mais do que o trabalho de outra? Afinal, todas as ocupações não são necessárias para o conjunto da sociedade? Por que então algumas profissões são mais valorizadas que outras? E para você? O que seria um trabalho digno? Vamos ver o que diz o Papa Bento XVI na encíclica A Caridade na Verdade: "Qual é o significado da palavra « decente » aplicada ao trabalho? Significa um trabalho que, em cada sociedade, seja a expressão da dignidade essencial de todo o homem e mulher: um trabalho escolhido livremente, que associe eficazmente os trabalhadores, homens e mulheres, ao desenvolvimento da sua comunidade; um trabalho que, deste modo, permita aos trabalhadores serem respeitados sem qualquer discriminação; um trabalho que consinta satisfazer as necessidades das famílias e dar a escolaridade aos filhos, sem que estes sejam constrangidos a trabalhar; um trabalho que permita aos trabalhadores organizarem-se livremente e fazerem ouvir a sua voz; um trabalho que deixe espaço suficiente para reencontrar as próprias raízes a nível pessoal familiar e espiritual; um trabalho que assegure aos trabalhadores aposentados uma condição decorosa." TRABALHO PARA A VIDA, NÃO PARA A MORTE A exploração do trabalho chega, em alguns casos, a gerar condições de verdadeira escravidão. Acontece também um vergonhoso tráfico de pessoas, que inclui a prostituição, inclusive de menores. Merece especial menção a situação dos refugiados, que questiona a capacidade de acolhida da sociedade e das igrejas. (DA 73) O discípulo-missionário, respondendo a este desígnio, promove a dignidade do trabalhador e do trabalho, o justo reconhecimento de seus direitos e de seus deveres, desenvolve a cultura do trabalho e denuncia toda injustiça. (DA 121) Muita gente acha que violência e desemprego não tem nada a ver. Acredita que o aumento do número dos assaltos, furtos e até homicídios não são também influenciados por uma piora nas condições de trabalho e aumento do desemprego. Para responder a essa pergunta, o economista Márcio Pochmann (no seu livro “e-Trabalho”) comparou os dados de violência e desemprego nas grandes regiões metropolitanas do país ao longo dos anos 90 e... surpresa! Para cada crescimento no número de desempregados, havia um crescimento proporcional nos índices de violência. E adivinhe quem mais sofre com a violência em nosso país? A juventude, é claro! Apesar de ser a parcela da população que é menos responsável por crimes hediondos, é a que mais sofre com os efeitos da violência doméstica, do bairro, no trânsito e até no trabalho. No trabalho? Pois é, há diversas formas de violência no trabalho. Uma delas é o assédio moral, você já ouviu falar? Assédio moral é quando o patrão ou algum/a funcionário/a da hierarquia ofende a dignidade de um/a subordinado/a através da humilhação, ridicularização, perseguição, isolamento, etc. visando desestabilizar a relação da pessoa com o ambiente de trabalho levando a perda da auto-estima e até gerando traumas. Outra forma de violência no trabalho é a super-exploração do/a trabalhador/a através de longas jornadas que podem chegar a 12, 15, 16 horas diárias. Muitos trabalhadores rurais são submetidos a diárias estafantes para colheita da safra e sequer recebem hora-extra pelo serviço, por exemplo. Nas cidades, encontramos empresas irresponsáveis que fingem não ver quando os seus funcionários são pressionados para que permaneçam no local de trabalho mesmo depois de “bater o ponto”. Tudo isso gera uma situação delicada pois muitas vezes os empregados têm medo de reclamar e perder a única fonte de recursos que têm para manter suas famílias. O pior é quando essas cargas exageradas geram as doenças laborais, ou seja, a pessoa fica doente de tanto trabalhar. Um exemplo são as lesões por esforços repetitivos (LER), que causam inflamações nas articulações e fortes dores quando a pessoa tenta fazer determinados movimentos. Há também comerciantes inescrupulosos que se utilizam do trabalho de imigrantes ilegais (especialmente da América Latina e Ásia) como forma de conseguir mão de obra barata para colocar produtos a preço mais baixo no mercado e obter mais lucro. Esses imigrantes são condenados a trabalhar em verdadeiros regimes de escravidão! Infelizmente também encontramos em muitas cidades uma triste realidade ainda por ser erradicada de nosso país: a exploração do trabalho infantil. O sociólogo Ricardo Antunes vem nos lembrar que na sociedade atual “Os que têm emprego trabalham muito, sob o sistema de 'metas', 'competências', 'qualificações', 'empregabilidades' etc. E, depois de cumprirem direitinho o receituário, vivem a cada dia o risco e a iminência do não trabalho.” Aí chegamos a um ponto crucial que vale a pena colocar na mesa para conversar: qual o papel das Leis Trabalhistas para regulamentar e proteger o trabalhador/a? A partir do que diz o Documento de Aparecida, o que faz a Igreja (e também o nosso grupo, comunidade, diocese, etc.) para promover a dignidade e combater a injustiça no mundo do trabalho? Refletindo em grupo com a Bíblia “Os latifundiários exploram e roubam, oprimem o pobre e o indigente e exploram o imigrante, violando seus direitos. Procurei entre eles alguém que fizesse barreira, que ficasse firme na brecha para me enfrentar e defender o país, para não deixar que eu o destruísse, mas não encontrei ninguém.” (Ez 22,29) O profeta Ezequiel viveu por volta do ano 600 antes de Cristo e naquela época já tinha dificuldade de encontrar alguém que levantasse a voz para defender os oprimidos. E hoje? Conhecemos alguém que faça algo para melhorar a situação dos/as trabalhadores/as? O que fazer quando convivemos ou sabemos de situações de violência, doenças laborais ou exploração no trabalho? NOSSO SONHO E SUOR “Venham trabalhar em minha vinha” (Mt. 20, 1-16) Tudo o que criamos com nossas próprias mãos e pensamentos é nosso trabalho, nossa contribuição para a obra da criação, e transformação da natureza em cultura: nosso jeito de ser, agir, pensar e se comportar individual e coletivamente. Ainda que prevaleça em nossa sociedade a lógica imposta do “trabalho para a sobrevivência a qualquer custo”, da transformação da força do trabalho em mercadoria, do trabalho como lugar de exploração e violência, precisamos construir coletivamente a superação dessa lógica a partir de alternativas possíveis: trabalho como lugar de convivência saudável, de prevalência da justiça, de concretização de sonhos. Nossos sonhos se concretizam no trabalho material ou intelectual que realizamos, fruto de nossa vocação e projeto de vida. Quando o fruto do nosso trabalho corresponde àquilo que sonhamos, planejamos e realizamos em comunidade, é sinal de que estamos realizando, pondo em prática, também o sonho do Deus da Vida, contribuindo com sua obra criadora. É também construção do Reino de Deus. Aqui sim, o trabalho adquire outros sentidos, diferentes do sentido de “produção-exploração” que a sociedade capitalista lhe dá. Aqui, trabalho se concebe como concretização da vocação a que somos chamados, colaboradores na tarefa de criar e produzir nova cultura: cultura da solidariedade, cultura de justiça, cultura de distribuição ao invés de acúmulo, cultura de paz! Aqui, trabalho é criatividade, espaço onde os sonhos tem lugar! E já sabemos que “sonhos que sonhamos juntos, já são começo da realidade”! Nosso sonho, porém, deve ser acompanhado da luta: por justiça nas relações de trabalho, por respeito aos direitos dos trabalhadores, pela urgência da reforma agrária e condições dignas de trabalho no campo, pelo direito à renda, saúde e vida digna, todos valores ligados ao trabalho e à dignidade de todos os jovens e de toda pessoa humana. No Evangelho (Mt 20, 1-16 – vamos ler??), Jesus se utiliza de uma parábola para apresentar essa nova lógica a respeito das relações de trabalho. Fala de um patrão que paga, ao final do dia, o mesmo salário a todos os trabalhadores. Embora alguns tenham suado durante doze horas e outros tenham trabalhado menos tempo, todos têm uma família para levar adiante. Por isso paga a mesma coisa para todos. Não esbanja pagando mais que o habitual, mas não permite que ninguém fique sem o necessário para aquele dia. Na obra “Um tal Jesus”, encontramos esse trecho do Evangelho contado em forma de diálogo. Após, segue a seguinte reflexão a respeito: “Diante desta parábola muita gente reage com indignação, com amargura. São mentalidades comerciais: a tanto de esforço, tanto de prêmio; a tantas horas, tanto de pagamento. O que sair disso, é injusto. Mas Deus não é um banqueiro, um capitalista eficaz. Nele não há números, há sentimentos. Ele tem coração. As mentalidades mesquinhas ficam incomodadas com os gastos do generoso. Por isso esta história sempre será escandalosa para todas aquelas pessoas que pensam só em méritos para se “assegurarem” do céu. A primeira comunidade cristã repetiu o gesto do bom patrão: dava a cada um segundo suas necessidades, não segundo o que produzia (At 2, 44-45). A autêntica justiça é mais qualitativa que quantitativa, busca a unidade e não a uniformidade. Postula que cada um se desenvolva tal como é, em todas as suas possibilidades. Que cada um possa viver. Para além da justiça estrita da diária necessária, Jesus propõe também neste episódio o tema da felicidade. No fundo, por trás de todos os nossos atos, todos os seres humanos, estamos perseguindo sempre uma e mesma coisa: a felicidade. Todos os desempregados que se encontravam na praça e todos os moradores de Cafarnaum estiveram falando de pranto, todos reclamando sua felicidade. Pois bem, Jesus diz que esta felicidade chegará para todos e que Deus não faltará à sua promessa de bom patrão. A história humana, cheia de injustiças e dores, será resgatada pelo amor de um Deus libertador. E também será resgatada a pequena história de cada um, com suas lágrimas e suas dificuldades. Porque o projeto de Deus é que sejamos felizes hoje e para sempre. Esta é a certeza da nossa fé (Rm 8, 31-37)”. (Veja o texto completo em http://www.untaljesus.net/texpor.php?id=1300061, ou no site: www.ipejota.org.br – “publicações”, ou no fascículo 3 impresso da coleção de “Um tal Jesus”). Para refletir em grupo: 1. Em nossa realidade, há exemplos de jovens que sonharam juntos e inauguraram novos modos de viver o trabalho, novas formas de convivência no trabalho, de geração da renda e pagamento pelo trabalho desenvolvido? 2. A realidade da juventude com relação ao trabalho no nosso país é diferente da realidade de outros países da América Latina? Vamos participar do Projeto de Revitalização da Pastoral da Juventude Latino Americana e da preparação do III Congresso Latino Americano de Jovens, e acompanhar as reflexões sobre a realidade da juventude latinoamericana? Que tal sonharmos um novo mundo do trabalho possível, em comunhão com jovens de toda a América Latina? Informações na internet: www.pjlatino.redejuventude.org.br DICAS DE AÇÃO PARA A SEMANA DA CIDADANIA Para dinamizar a realização da Semana da Cidadania que tal promover alguma(s) das sugestões abaixo? - Pesquisar quais políticas públicas para o trabalho existentes na sua cidade. Elas funcionam? Quantos jovens são beneficiados? Como poderiam ser melhoradas/ ampliadas? - Existem iniciativas de Economia Solidária ou Projetos de Geração de Renda na sua região? Que tal uma visita para conhecer mais de perto? - Os sindicatos ou associações profissionais são atuantes? Que propostas têm para melhorar a vida do/a jovem trabalhador/a? - Vocês sabiam que a cultura pode ser uma boa oportunidade de trabalho? Conhecem alguma trupe de teatro, banda, grupo folclórico ou de dança formado por jovens? Isso pode ser visto como uma forma de trabalho? - Que espaços de apoio ao trabalhador com serviços de orientação, formação, divulgação de vagas, etc. existe na sua localidade? - Promover oficinas de elaboração de currículos, acompanhamento vocacional, elaboração de projeto de vida, etc. - Quais oportunidades são oferecidas por organizações terceiro setor (ONGs, Associações, Institutos). Vocês já pensaram em se organizar como ONG e elaborar projetos? - Que tal realizar uma atividade (feira, seminário, debate, etc.) sobre tudo isso que conversamos? ANEXOS JUVENTUDE E TRABALHO Waldemar Rossi* A cada ano, cerca de 1 milhão de jovens atingem a idade de 16 anos, abrindo perspectiva para entrar formalmente no universo do trabalho. Se considerarmos que mais de 85% da população brasileira são trabalhadores, teremos então um elevado número de jovens que anualmente procuram trabalho. Os dados oficiais, porém, não são animadores porque, segundo o IBGE, ao menos 40% desses jovens não encontram trabalho. E para os que encontram “um lugar ao sol” os salários são irrisórios, variando entre meio e dois salários mínimos, sendo que a média gira em trono do mínimo nacional. O quadro se agrava quando olhamos o resultado do modelo de educação em que a maioria dos jovens que findam o ensino médio não alcança a média aceitável do aprendizado “Quase metade dos 2,6 milhões de alunos que prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009 teve notas inferiores a 500 pontos estabelecidos como média pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova, em todas as quatro áreas avaliadas.” (Estado de São Paulo de 29 de janeiro de 2010 – A17). Com isto não conseguem ter o discernimento necessário a um bom desempenho no contexto de sua vida pessoal, familiar, de trabalho e política. Perguntamos: O que fazem, em geral, os jovens que buscam trabalho e não encontram? O que o mundo capitalista lhes oferece? Que perspectiva de vida feliz terão? Outro fator a ser considerado é que os trabalhadores produzem a riqueza do país (empresário não produz, vive da produção dos seus empregados), porém, esses que produzem ficam com parte insignificante da distribuição da renda gerada, insuficiente para manter sua vida e a vida de sua família com um mínimo de dignidade de seres humanos que são - criaturas de Deus. A economia que vigora no mundo capitalista é concentradora de riquezas nas mãos de uns poucos e multiplicadora de miséria para a imensa maioria. Com a chegada do neoliberalismo essa concentração se intensificou. Tal fator se agrava quando entendemos que os Estados - modelo burguês - estão organizados em função do capital e não do bem estar do povo. Assim, todo planejamento nacional se faz em torno dos interesses das grandes empresas, em detrimento da qualidade da vida do povo. Nesta fase do neoliberalismo, a fome já atinge a 2/3 da humanidade – mais de quatro bilhões de pessoas -, segundo a ONU. Ainda que em alguns países, por questões históricas, o padrão de vida esteja acima da maioria das nações, ali também prevalece a precária distribuição da renda, com miseráveis se amontoando pelas ruas. Como nos revela a CF-10, a atual estrutura econômica em nível mundial é uma afronta ao projeto de Deus que deseja “vida em abundância“ para todas as suas criaturas. Nesse contexto, considerando ainda que os países imperialistas (EUA e países da União Européia) procuram dominar nações menos poderosos, para delas extrair riquezas, as guerras se multiplicam dizimando gerações de adultos, de jovens e de crianças. Enquanto que, internamente, com o campo aberto ao tráfico de drogas, verdadeiras guerras civis são travadas. E a juventude é a mais atingida, principalmente os pobres e negros, tanto no Brasil assim como na Europa e Estados Unidos. Sem trabalho ou com sua super exploração, o que o mundo capitalista deixa para a imensa maioria da juventude é uma vida sem perspectivas, embora continue a lhes oferecer um paraíso aqui na terra, se consumirem seus produtos, enquanto nega-lhes os meios para adquiri-los. Não é por menos que presenciamos jovens alienados, desesperados, sem sequer compreender o que se passa e quais as causas da sua marginalização e miséria. O desafio, então, que se coloca, para nós cristãos, é como desenvolver um amplo trabalho de conscientização e de organização da juventude visando prepará-la para exigir profundas mudanças estruturais, como no caso do Brasil. O presente e o futuro estão nas mãos da juventude e esta precisa se capacitar para exercer seu protagonismo no mundo da cultura, do trabalho, da economia e da política (no seu amplo sentido, não unicamente partidário). Para tanto é preciso repensar a organização e a função do trabalho, colocando o ser humano como o destinatário de toda a produção e não o homem a serviço da produção. Repensar a organização da Nação tendo seus Poderes sob controle popular e voltado, em primeiro lugar, para o bem comum. * Assessor da Pastoral Operária (São Paulo) MATERIAL DE APOIO Filmes: Ilha das Flores - Este filme retrata a sociedade atual, tendo como enfoque seus problemas de ordem sociais, econômicas e culturais, na medida em que contrasta a força do apelo consumista, os desvios culturais retratados no desperdício e o preço da liberdade do homem, enquanto um ser individual e responsável pela própria sobrevivência. Um tomate é plantado, colhido, vendido e termina no lixo da Ilha das Flores, entre porcos, mulheres e crianças (12 min. - disponível no Youtube) Diamante de Sangue - No país africano Serra Leoa, na década de 90, o filme acompanha a história de um mercenário sul-africano e um pescador. Seus destinos são unidos por conta da busca por um raro diamante. Com a ajuda de uma jornalista, eles embarcam numa perigosa jornada em meio a uma guerra civil (138 min) A Máquina - Em Nordestina, cidadezinha perdida no sertão, uma jovem sonha em ser atriz e partir para o mundo. Antes que seu amor lhe escape, seu admirador adianta-se numa cruzada kamikaze para trazer o mundo até ela. Uma história em que os sonhos contradizem a realidade, as condições geográficas e políticas ameaçam conter a vida, e o amor desempenha o papel de elemento transformador (95 min) A História das Coisas - Da extração e produção até a venda, consumo e descarte, todos os produtos em nossa vida afetam comunidades em diversos países. O documentário revela as conexões entre diversos problemas ambientais e sociais, e é um alerta pela urgência em criarmos um mundo mais sustentável e justo (20 min. - Disponível no Youtube) Tempos Modernos - Um trabalhador de uma fábrica sofre um colapso nervoso por trabalhar de forma quase escrava. Ao se recuperar, encontra a fábrica fechada e, confundido com o líder de uma greve, acaba preso. Saindo da prisão, encontra uma jovem em apuros e a ajuda. Os dois se unem atrás de emprego e vivem uma série de aventuras (88 min) Na Natureza Selvagem - Após concluir seu curso universitário, um brilhante aluno e atleta abre mão de tudo o que tem e de sua carreira promissora. O jovem doa todas as suas economias para caridade, coloca uma mochila nas costas e parte para o Alasca a fim de viver uma verdadeira aventura. Ao longo do caminho, ele se depara com uma série de personagens que irão mudar sua vida para sempre (140 min) Músicas: Cidadão - Zé Geraldo Até Quando - Gabriel Pensador Pedro Pedreiro - Chico Buarque La Plata - Jota Quest De Volta ao Planeta dos Macacos - Jota Quest Um Homem Também Chora - Gonzaguinha Trabalho e Festa - Gonzaguinha Comportamento Geral - Gonzaguinha Poesias Operário em Construção - Vinicius de Morais José - Carlos Drummond de Andrade Canção Óbvia - Paulo Freire O homem, As Viagens - Carlos Drummond de Andrade Sítios O material Completo está no link abaixo: http://pjpira.wordpress.com/2010/03/23/materiais-da-semana-da-cidadania-2010/

    segunda-feira, 22 de março de 2010

    Aberto concurso para poster da CF 2011

    Brasília, 12 mar - Estão abertas as inscrições para o concurso do cartaz da Campanha da Fraternidade 2011, cujo tema é “Fraternidade e a Vida no Planeta” e lema “A criação geme em dores de parto (Rm 8, 22)”. A Comissão Episcopal para a Cultura, Educação e Comunicação Social da CNBB está responsável pelo concurso e receberá o material até o dia 31 de maio de 2010. De acordo com a Comissão, além das figuras ilustrativas, o cartaz deve conter os seguintes textos: “Campanha da Fraternidade 2011”, “Fraternidade e a vida no planeta” e “A criação geme em dores de parto” (Rm 8, 22). Um júri deverá escolher o melhor cartaz, que será distribuído para todo o país. Os interessados podem enviar material impresso para: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Setor de Comunicação Social; SE/Sul – Quadra 801 – Conjunto B – Brasília-DF; CEP 70200-014. Já os trabalhos digitalizados podem ser encaminhados para o e-mail comsocial@cnbb.org.br com cópia para cf@cnbb.org.br. Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/campanhas/fraternidade/2457-cnbb-abre-concurso-para-o-cartaz-da-campanha-da-fraternidade-2011

    sexta-feira, 19 de março de 2010

    História e Organização da PJ

    O jovem é o melhor apóstolo do próprio jovem (Paulo VI) Conhecer a história da Pastoral da Juventude? Quando conhecemos uma pessoa, queremos saber algumas informações sobre ela para saber se pode ser, ou não, nossa amiga. Quando ficamos sabendo de uma organização, é a mesma coisa; precisamos saber como surgiu e para quê, para sabermos, assim, como talvez possamos continuar este projeto. A Pastoral da Juventude nasce quando você entra para o grupo de jovens. O grupo de jovens é o ponto de partida desta história. Ele é o ponto de partida, se não for um grupo isolado. Pastoral da Juventude é a teia que une os grupos de jovens de uma cidade, de uma região, de uma diocese ou do Brasil e, ainda, de toda América Latina Podemos dizer que é uma articulação. Articulados como os membros do nosso corpo: diferentes, mas integrados. Esta rede tem pontos em todas as cidades; é do tamanho da América Latina e está funcionando, mais efetivamente, desde o começo dos anos de 1980. Existem encontros, assembléias, reuniões e outras formas de o pessoal se encontrar para decidir coisas que ajudem na evangelização da juventude. Elaboram-se, até, “planos” e “atividades” para que todos os grupos do Brasil possam participar da mesma caminhada, o que é muito bonito. É algo grandioso, porque é feito por jovens. Os jovens, através de coordenações, vão decidindo o que é melhor para o caminho e contam com a ajuda de pessoas adultas, chamadas “assessores/as”. São pessoas, que vão ajudando, questionando e trabalhando a formação. Acompanham os jovens e os grupos de jovens no caminho para que estes possam ser sempre mais protagonistas de sua história. No final dos anos 1970 alguns jovens, animados/as por bispos, padres, leigos/as começaram a organizar os grupos de jovens em uma proposta conjunta de pastoral. Muita gente foi organizando e tecendo essa teia da história da Pastoral da Juventude no Brasil: jovens que , muitas vezes, passaram pelas coordenações e outro tanto de adultos que prestaram o serviço da assessoria.. Uma pastoral dos jovens e para os jovens. Em 1992, depois de conseguirem 500 mil assinaturas, os jovens conseguiram que a Campanha da Fraternidade tivesse o jovem como tema. Nada foi fácil e, por isto, esta história é carregada de sabor. Aliás, em que ano você entrou para o grupo? Como você pode continuar esta história? Este é um jeito de fazer a evangelização da juventude. Ao longo da história da Igreja temos muitas outras experiências. Vocês já viram falar dos “movimentos”? Temos alguns ligados às Congregações tais como: Franciscanos (JUFRA), Jesuítas (CVX), Dorotéias, Salesianos, Dehonianos… entre tantos. Outros são ligados a movimentos ou associações diferentes. Uns deles são a Juventude Operária Católica – JOC, os Focolares (GEN), os Vicentinos, a Renovação Carismática Católica (RCC), o Segue-me, o Emaús e outros ligados, principalmente, a encontros de casais. Estas propostas são diferentes para o trabalho com os jovens. Os “movimentos”, normalmente, dão um acento maior para uma espiritualidade ligada ao carisma de origem e tem uma organização nacional e internacional, ligados a uma Congregação ou a um Movimento. A Pastoral da Juventude dá um acento maior ao protagonismo dos jovens e na formação integral e tem sua organização ligada a uma diocese e às estruturas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Como se organiza esta Pastoral da Juventude? Ela, a Pastoral da Juventude, é uma rede com fios de muitas cores. Em primeiro lugar, vêm os grupos que se organizam no ambiente da comunidade, do bairro, na zona rural ou nas escolas e universidades. Os jovens que participam dos grupos procuram cuidar da sua formação como um todo. Chamamos esta formação de “integral” porque está atenta à vida das pessoas em todos os aspectos: pessoais, grupais, sociais e políticos, espiritual e, também, das habilidades que cada pessoa precisa desenvolver em grupo e pessoalmente. Podemos ter uma coordenação que reúne representantes de todos os grupos de jovens de um município; uma organização na região, em nível de diocese, em nível de Regional da CNBB , em nível de país e de América Latina. A “Pastoral da Juventude” é a articulação entre todas as instâncias; é um ir e vir do grupo às coordenações e das coordenações ao grupo. Para você ter uma idéia, em julho de 2004 acontecerá a 14a Assembléia Nacional das Pastorais de Juventude organizadas no Brasil. Estas Assembléias se reúnem de 3 em 3 anos., definindo o Plano Trienal. O Plano Trienal está sendo organizado desde 1995 com três eixos: # Ação: Um exemplo é o Dia Nacional da Juventude que celebramos, desde 1986, em todo Brasil. Seu tema e lema são encaminhados pela coordenação nacional. Outros exemplos são a Semana da Cidadania e a Semana do Estudante… tendo-se trabalhado, nos últimos tempos, o tema das Políticas Públicas para a Juventude; # Formação: Trata da capacitação dos jovens, das coordenações e das assessorias, especialmente através de Escolas de lideranças, procurando partir-se das necessidades e dos interesses dos jovens; # Espiritualidade: Aqui falamos de modo muito especial das Escolas bíblicas e litúrgicas, da valorização do Ofício Divino das Comunidades e da Leitura Orante da Bíblia, bem como na necessidade de trabalhar a mística do estudante, do jovem da roça e do jovem trabalhador. A Pastoral da Juventude existe porque os jovens convocam novos grupos e propõem milhares de atividades como: teatro, esportes, orações, encontros, campanhas, visitas, intercâmbios, cursos pré-universitários, formação de grêmios estudantis, luta pela primeira terra, participação das lutas pela Reforma Agrária, colaboração no “Grito dos Excluídos” e do Mutirão de Superação da Miséria e da Fome, entre tantas outras coisas. A Pastoral da Juventude começa quando os jovens de uma paróquia ou diocese, escola ou universidade decidem tecer juntos os programas e as atividades que vão desenvolver com os grupos e quando formam as coordenações jovens e as equipes de assessores/as (adultos com conhecimento da proposta e dispostos a favorecer o protagonismo juvenil). Qual é o objetivo da Pastoral da Juventude? O grande objetivo é despertar os/as jovens para a PESSOA e a PROPOSTA de Jesus Cristo, desenvolvendo com eles um processo global de formação a partir da fé para formar líderes capacitados/as para agirem na comunidade, na própria Pastoral da Juventude e em outros ministérios da Igreja, nos diferentes meios como a escola, a universidade e a zona rural, comprometidos/as com a libertação integral da pessoa e da sociedade, levando uma vida em comunhão e participação (Doc. 76 – CNBB). Falando disso, o que você e seus amigos/as podem fazer para que a Pastoral da Juventude da paróquia, da diocese… escreva histórias sempre mais bonitas na vida dos adolescentes e jovens que passam por esta Pastoral? [Por Carmem Lucia Teixeira - Setor de Pesquisa da Casa da Juventude]

    domingo, 14 de março de 2010

    REUNIÃO REGIONAL LESTE 2

    Entre os dias 06 e 07 de Março de 2010, aconteceu na Arquidiocese de Belo Horizonte na cidade de Betim a reunião da coordenação da Pastoral da Juventude do Regional Leste 2. O objetivo da Reunião da CR (coordenação regional) e discutir e propor projetos e atividades para a Pastoral da Juventude, apresentar pendências encaminhamentos. Eram 17 Dioceses presentes, sendo 3 do Espírito Santo e 14 de Minas Gerais e também a presença da PJE. A articulação da Pastoral da juventude na diocese é de extrema importância para o bom andamento da mesma. Muitas caras novas, na CR, o clima da reunião foi bastante descontraído, muito foi decidido e relembrado. A união e a alegria entre o grupo prevaleceu sempre. Diversos assuntos foram tratados, assuntos esses que visam o melhoramento e a boa articulação da PJ nas dioceses de MG e ES. E em comunhão, todos estamos nos preparando para a ampliada da Pastoral da Juventude Regional, que esse ano aconteceráde 28 a 30 de Maio de 2010 na cidade de João Molevade na Diocese de Itabira/MG. Nos vemos lá.... Juventude em marcha contra a violência... Jonas Miranda/ Murilo Ferreira – Coordenação Regional

    sábado, 13 de março de 2010

    SOU ASSESSOR(A) – E AGORA???

    Tudo começa de um modo especial e diferente para cada um/a. No meu caso, por exemplo, vivia recusando os convites insistentes para participar de um tal grupo de adolescentes. Até que, um belo dia, resolvi “ver qual é que era”. Fui e encontrei um pessoal muito animado, cantando em roda. Fiquei entre duas irmãs, loirinhas, que gentilmente sorriam pra mim e disponibilizavam um folheto de cantos. A primeira música (desse encontro em especial e de todos os outros em que participei depois) foi “Pai-Nosso dos Mártires”. A galera simplesmente enlouqueceu cantando essa música. Não sei se foram as irmãs, a música, ou a empolgação do pessoal. Só sei que não me lembro do que aconteceu depois. Mas deve ter sido muito bom, pois, graças a essa primeira impressão, estou inserido nos meios juvenis até hoje. Entretanto, quando me tornei assessor, foi diferente. Não lembro o momento exato em que isso aconteceu. Até porque esse é o tipo de coisa que a gente não decide. Parece haver um consenso, uma espécie de acordo não-verbal entre as/os participantes para eleger alguém assessor ou assessora do grupo. Um dia simplesmente te tratam de forma diferente. E aí??? O que fazer??? Definir o papel do/a assessor/a é complicado. Observando os critérios do grupo, parece que o primeiro passo é ter um período de caminhada maior que os demais. Mas só isso não basta! É necessário ter carisma e iniciativa também. Tem muita “figurinha antiga” por aí que adora o anonimato. Do/a assessor/a espera-se, no mínimo, que aponte o caminho, principalmente quando o grupo estiver indeciso ou desorientado. Por vezes, esse carisma gera uma pressão natural para que ele/a assuma o papel de coordenador/a. Neste momento, é preciso ter claro quem aponta os caminhos e quem deve trilhá-los. Entretanto, muitas/os assessoras/es sucumbem à tentação, pois estão confusas/os quanto ao seu papel e, além disso, o poder seduz. Olhando as Escrituras, vemos Jesus passar por um dilema semelhante: o povo queria aclamá-lo rei. Os apóstolos também sonhavam com um Messias-Rei e, por isso, não entendiam por que o Mestre fugia desse “apelo popular”. Vejamos como Jesus reage perante esta situação em Mt 14,22-33, passagem bem conhecida, onde Jesus caminha sobre as águas. Orar é estar em intimidade com Deus. O monte, segundo o Antigo Testamento, é o lugar do encontro com Javé (Ex 24,16-18; 31,18; Lv 25,1 etc). Logo, estamos diante de Jesus ressuscitado. Alguém perguntará: “Mas como, se aí Ele nem tinha sido crucificado?” Lembremo-nos de que os Evangelhos (e toda a Bíblia) têm um compromisso teológico com a verdade, e não historiográfico. O mar agitado são as dificuldades pelas quais passa o grupo ou comunidade, simbolizados pelo barco. Uma vez ressuscitado, Jesus segue à frente (importante dizer: Ele não assume os remos; apenas mostra o caminho), andando por cima das dificuldades. Mas o medo impede o grupo de reconhecê-lo. Por isso, o vêem como a um fantasma. Ou seja, imaginam que o projeto de Jesus morreu com Ele, que tudo não passou de um sonho e, por isso, o que está bem diante dos olhos deles não passa de uma miragem. Pedro (sempre o Pedrão) desafia Jesus: “Se é você mesmo (= se é verdade que você ressuscitou), faça eu ir até aí!” Pedro quer ressuscitar, mas não quer passar pela cruz, assim como os grupos que querem as/os assessoras/es assumindo as responsabilidades por eles. Pedro abandona o barco e até obtém resultados significativos, por um tempo, mas logo cai em si e afunda. Reconhecendo seus erros, pede socorro e Jesus o salva. Podemos deduzir daí que manter o grupo unido e navegando pode ser também uma tarefa do/a assessor/a. Vale ainda ressaltar que, quando ambos entram no barco, Jesus e Pedro (= assessor/a + jovens = grupo), o mar (= dificuldades, desafios) se acalma (= fica sob controle). Pelo modo de agir de Jesus, talvez seja mais correto chamar as/os assessoras/es de acompanhantes. Esse é o papel de Jesus. Ele está sempre ciente dos fatos, ciente da realidade, mas nunca faz as coisas por nós. Se olharmos outros textos, Ele está sempre mandando fazer isso, fazer aquilo, mas Ele mesmo nunca põe a mão na massa. Entretanto, não nos deixa sozinhos. No caminho de Emaús, caminha ao nosso lado (Lc 24,15); na partilha dos pães, embora diga: “dêem-lhes vocês mesmos de comer”, é o primeiro a sentir compaixão do povo (Mt 14,14). Ele conhece tanto as pedras do caminho como as/os próprias/os caminhantes. E, por isso, pode indicar sempre a melhor alternativa. Que este, meus amigos e minhas amigas, seja o principal critério para quem pretende ser um/a acompanhante das juventudes. SOU ASSESSOR/A – E AGORA??? Postado por Possato Jr. 12 Março, 2010 Tudo começa de um modo especial e diferente para cada um/a. No meu caso, por exemplo, vivia recusando os convites insistentes para participar de um tal grupo de adolescentes. Até que, um belo dia, resolvi “ver qual é que era”. Fui e encontrei um pessoal muito animado, cantando em roda. Fiquei entre duas irmãs, loirinhas, que gentilmente sorriam pra mim e disponibilizavam um folheto de cantos. A primeira música (desse encontro em especial e de todos os outros em que participei depois) foi “Pai-Nosso dos Mártires”. A galera simplesmente enlouqueceu cantando essa música. Não sei se foram as irmãs, a música, ou a empolgação do pessoal. Só sei que não me lembro do que aconteceu depois. Mas deve ter sido muito bom, pois, graças a essa primeira impressão, estou inserido nos meios juvenis até hoje. Entretanto, quando me tornei assessor, foi diferente. Não lembro o momento exato em que isso aconteceu. Até porque esse é o tipo de coisa que a gente não decide. Parece haver um consenso, uma espécie de acordo não-verbal entre as/os participantes para eleger alguém assessor ou assessora do grupo. Um dia simplesmente te tratam de forma diferente. E aí??? O que fazer??? Definir o papel do/a assessor/a é complicado. Observando os critérios do grupo, parece que o primeiro passo é ter um período de caminhada maior que os demais. Mas só isso não basta! É necessário ter carisma e iniciativa também. Tem muita “figurinha antiga” por aí que adora o anonimato. Do/a assessor/a espera-se, no mínimo, que aponte o caminho, principalmente quando o grupo estiver indeciso ou desorientado. Por vezes, esse carisma gera uma pressão natural para que ele/a assuma o papel de coordenador/a. Neste momento, é preciso ter claro quem aponta os caminhos e quem deve trilhá-los. Entretanto, muitas/os assessoras/es sucumbem à tentação, pois estão confusas/os quanto ao seu papel e, além disso, o poder seduz. Olhando as Escrituras, vemos Jesus passar por um dilema semelhante: o povo queria aclamá-lo rei. Os apóstolos também sonhavam com um Messias-Rei e, por isso, não entendiam por que o Mestre fugia desse “apelo popular”. Vejamos como Jesus reage perante esta situação em Mt 14,22-33, passagem bem conhecida, onde Jesus caminha sobre as águas. Orar é estar em intimidade com Deus. O monte, segundo o Antigo Testamento, é o lugar do encontro com Javé (Ex 24,16-18; 31,18; Lv 25,1 etc). Logo, estamos diante de Jesus ressuscitado. Alguém perguntará: “Mas como, se aí Ele nem tinha sido crucificado?” Lembremo-nos de que os Evangelhos (e toda a Bíblia) têm um compromisso teológico com a verdade, e não historiográfico. O mar agitado são as dificuldades pelas quais passa o grupo ou comunidade, simbolizados pelo barco. Uma vez ressuscitado, Jesus segue à frente (importante dizer: Ele não assume os remos; apenas mostra o caminho), andando por cima das dificuldades. Mas o medo impede o grupo de reconhecê-lo. Por isso, o vêem como a um fantasma. Ou seja, imaginam que o projeto de Jesus morreu com Ele, que tudo não passou de um sonho e, por isso, o que está bem diante dos olhos deles não passa de uma miragem. Pedro (sempre o Pedrão) desafia Jesus: “Se é você mesmo (= se é verdade que você ressuscitou), faça eu ir até aí!” Pedro quer ressuscitar, mas não quer passar pela cruz, assim como os grupos que querem as/os assessoras/es assumindo as responsabilidades por eles. Pedro abandona o barco e até obtém resultados significativos, por um tempo, mas logo cai em si e afunda. Reconhecendo seus erros, pede socorro e Jesus o salva. Podemos deduzir daí que manter o grupo unido e navegando pode ser também uma tarefa do/a assessor/a. Vale ainda ressaltar que, quando ambos entram no barco, Jesus e Pedro (= assessor/a + jovens = grupo), o mar (= dificuldades, desafios) se acalma (= fica sob controle). Pelo modo de agir de Jesus, talvez seja mais correto chamar as/os assessoras/es de acompanhantes. Esse é o papel de Jesus. Ele está sempre ciente dos fatos, ciente da realidade, mas nunca faz as coisas por nós. Se olharmos outros textos, Ele está sempre mandando fazer isso, fazer aquilo, mas Ele mesmo nunca põe a mão na massa. Entretanto, não nos deixa sozinhos. No caminho de Emaús, caminha ao nosso lado (Lc 24,15); na partilha dos pães, embora diga: “dêem-lhes vocês mesmos de comer”, é o primeiro a sentir compaixão do povo (Mt 14,14). Ele conhece tanto as pedras do caminho como as/os próprias/os caminhantes. E, por isso, pode indicar sempre a melhor alternativa. Que este, meus amigos e minhas amigas, seja o principal critério para quem pretende ser um/a acompanhante das juventudes. fonte: http://osperegrinos.blogspot.com/2010/03/sou-assessora-e-agora.html

    sábado, 6 de março de 2010

    Feliz Dia Internacional da Mulher

    O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de Março tem origem nas manifestações femininas por melhores condições de trabalho e direito de voto, no início do século XX, na Europa e nos Estados Unidos. A data foi adotada pelas Nações Unidas, em 1975, para lembrar tanto as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres como as discriminações e as violências a que muitas mulheres ainda estão sujeitas em todo o mundo. MulheR Mulheres lutam dia a dia em busca do seu espaço que lhes foram invadidos. Mulheres guerreiras, iluminadas, atentas às dificuldades. Mulheres que acordam cedo para mais um dia de rotina e Ainda têm tempo pra falar com Deus. Mulheres que geram vidas, Que doam sua própria vida por um filho seu. Mulheres de personalidade forte, Que não se deixam levar por idéias estandardizadas de homens que lhes querem dominar. Mulheres de muita fé, esperança e ousadia, Que buscam a cada dia o caminho da perfeição. Mulheres que sonham, Que buscam... Que querem transformações. Mulheres corajosas que lutam por liberdade, Levantam a bandeira da independência e continuam de cabeça erguida. Mulheres que não tem medo de errar, Que a todo instante estão aprendendo com suas falhas. Mulheres que buscam novos horizontes e estão sempre conquistando vitórias. Mulheres de idéias próprias e mentes abertas ao conhecimento, ao novo. Mulheres que estão sempre renovando seus conceitos e Deixando para trás aquilo que não lhes servem mais. Mulheres que nos fascinam com seu talento e criatividade. Mulheres que não medem esforços para ir ao encontro do que edifique sua vida. Mulheres que nos carregam no seu ventre por nove meses sem lamentar. Mulheres que repousam nosso cansaço no teu colo. Mulheres que contemplam nossos olhos com sua beleza inspiradora. Mulheres que alegram nossa alma com o brilho do seu semblante. Mulheres que tanto nos surpreendem, Que tanto nos encantam, Que tanto precisamos. Estou falando da mulher brasileira. Fabio Ferreira FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHERES É O QUE DESEJA A EQUIPE ARQUIDIOCESANA DA PASTORAL DA JUVENTUDE À TODAS AS MULHERES, EM ESPECIAL ÀS NOSSAS JOVENS QUE LUTAM PARA QUE O REINO DE DEUS ACONTEÇA JUNTO À JUVENTUDE...

    Escola de Assessores e Educadores de Jovens iniciou suas atividades

    “É tão bonito quando a gente vai à vida nos cominhos onde bate bem mais forte o coração” (Gonzaguinha) Foi no pulsar dos nossos corações que, no ultimo final de semana do mês de fevereiro, iniciou na comunidade dos Irmãos do Sagrado Coração, em Campanha – MG, a Escola de Assessores(as) e Educadores(as) de Jovens. A mesma foi gestada numa parceria entre os Irmãos e a Pastoral da Juventude da Diocese da Campanha. Este ano a escola esta acontecendo no âmbito de Micro Região Sul, que compreende as Dioceses de Campanha, Guaxupé e Pouso Alegre. Com carinho também acolhemos os nossos companheiros(as) do CMJ – Centro Marista de Juventude, da cidade de São Vicente de Minas, que pertencem à Diocese de São João Dei Rei. A escola teve como tema: A pessoa do(a) Assessor(a). Participaram desta 1ª etapa 10 assessores(as) vindos(as) das Dioceses acima citadas e do Centro Marista de Juventude. Os Irmãos Cezar, Márcio, Raimundo e a leiga Alcione estiveram responsáveis pela assessoria e infra-estrutura da escola. O grupo, nos diversos momentos de reflexão, apresentou maturidade necessária para a vivência da dinâmica proposta pela escola. Partilhamos nossas vidas, re-visitamos as nossas histórias, constituídas de momentos bons e não tão bons, fazendo-se necessário um processo de resignificação. Estamos certos de que somente conhecendo-nos é possível conhecermos as nossas juventudes, nas suas mais variadas manifestações. Esse processo formativo nos conduzirá para uma sólida e terna sensibilidade juvenil, pois cremos na ação do Espírito que nos provoca à ousadia, vencendo os medos que nos assolam e tornando-nos pessoas sensíveis aos gritos dos nossos jovens. Nossos sinceros agradecimentos aos assessores(as) que conosco estiveram nesse mutirão dos apaixonados(as) pelas juventudes. Nós iniciamos e continuaremos juntos! Como dizíamos, no encerramento da escola: a criança nasceu e agora somos responsáveis pelo seu desenvolvimento. Afinal, acreditamos que nas mãos das juventudes um outro mundo é possível. Um fraterno abraço a todos(as) e até a nossa próxima etapa, que acontecerá nos dias 9, 10 e 11 de abril de 2010, no Juvenato dos Irmãos do Sagrado Coração, em Paraguaçu – MG. Confira as fotos desta primeira etapa: http://www.diocesedacampanha.org.br/galerias/galeria-de-fotos-dos-eventos/category/125-escola-de-assessores-de-jovens-26-a-28.02.2010.html Irmão Augusto Cezar, S.C Coordenador da Escola de Assessores Micro Região Sul – Regional Leste II

    Arquidiocese de Pouso Alegre realiza Assembléia

    A Assembléia de Pastoral da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG) foi realizada, de 27 a 28 de fevereiro, com a presença de Dom Ricardo Pedro, de padres, leigos, religiosos e religiosas. Foi uma oportunidade de examinar e avaliar a Evangelização da Arquidiocese ao longo dos últimos cinco anos e propor conclusões práticas para os próximos anos, a fim de que a Arquidiocese caminhe à luz da Palavra de Deus. À luz do processo realizado durante todo o ano passado pelas mais de 1.600 comunidades, 58 paróquias e 7 setores pastorais existentes na Arquidiocese, a Equipe Arquidiocesana de Pastoral, coordenada pelo Pe. Eduardo Rodrigues conduziu os trabalhos que foram divididos em três grandes momentos: apresentação das contribuições que vieram das bases populares; escolha das prioridades a serem trabalhadas nos próximos anos; encaminhamento e formação das comissões para a dinamização das prioridades escolhidas. O pano de fundo de todas as atividades foi o Objetivo Geral da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil: “Evangelizar, a partir do encontro com Jesus Cristo, como discípulos missionários, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, participando da construção de uma sociedade justa e solidária, ‘para que todos tenham Vida e a tenham em abundância’” (Jo 10,10). Baseados nas contribuições populares, os grupos tiveram que responder quais deveriam ser as três prioridades para a Arquidiocese: dinamização de um trabalho que se preocupe com a família e jovens (nas diversas realidades existentes); fortalecimento das comunidades e da missão (ir ao encontro do outro); maior empenho na dimensão sócio-transformadora (preparar os cristãos para o cuidado com a vida, modificando as relações sociais e políticas). Usando a dinâmica de "fila do povo", onde o público faz comentários sobre o tema, muitos pontos importantes foram retomados e esclarecidos. Alguma temas levantados: a paróquia é a união de comunidades, a necessidade de uma formação profunda para o povo de Deus, os batizados precisam assumir a dimensão missionária e a fazerem diferença no mundo político, exercendo assim a missão libertadora do Evangelho de Jesus Cristo. O encerramento deste processo de Assembléia Arquidiocesano se deu com a Celebração da Missa, onde Dom Ricardo ressaltou a importância do empenho de todos para a concretização daquilo que foi assumido por todos. Aconteceu também o envio de todos (cristãos leigos e padres) para o trabalho missionário de formar uma Igreja Viva que responda as indagações do nosso tempo. Votação das prioridades: Família e Juventude - Socio-transformadora - Comunidade e Missão fonte: http://www.arquidiocese-pa.org.br/v2/lerconteudo.php?id_noticia=348

    sexta-feira, 5 de março de 2010

    ANOS INCRÍVEIS

    No inicio desse século à iniciativa de alguns rapazes deu vida a uma paixão. Mas não uma paixão passageira que, aos primeiros contratempos, se desfaz. No dia 5 de março de 2.000 nasceu uma paixão fiel, verdadeira, que, suporta tudo, tal qual como os versos de Camões sobre o Amor. Uma paixão que não oscila, que não vacila, que não tem preço, que não conhece distancia ou limites, que não dá pra ser medida ou definida. Uma paixão que não depende de vitórias ou derrotas, que vai além dos conceitos, pois esse sentimento está bem acima dessas questões. Essa paixão tem nome!!! Juventude Cabeça Feita, ou simplesmente JUCAFE. Perceba que ao pronunciá-la você sorri automaticamente. Não podia ser diferente. Aos poucos JUCAFE passou a ser sinônimo de alegria, de Serviço, de Fé na Vida. Essa paixão também atende pelos nomes de Pastoral da Juventude, Jovens, Turma, grupo de Jovens, PJ. Jovens de todos os jeitos e tipos que se unem, numa Magia Juvenil. Como explicar o amor de alguns jovens a um grupo que aparentemente não tem nada a oferecê-los? Como explicar a força desses jovens em transformar nossa igreja numa Igreja Dinâmica e Alegre? A PJ não se explica não se traduz. A PJ se sente. É, definitivamente, Um Estado de Espírito. E é com esse espírito, com essa identificação profunda com sua juventude, que essa paixão completa mais de 10 anos. Falar das glórias, das vitórias, das emoções vividas intensamente durante esses Anos Incríveis é pouco para definir o que a PJ representa em nossas vidas. Vale pelo registro, pela memória, para que as novas gerações tenham conhecimento da história dessa paixão. Vale para que os que já passaram por aqui possam matar saudades dos tempos de intensa amizade... Vale pela alegria de ser pejoteiro, pelo orgulho de pertencer a esse grupo. Vale pela própria vida, que seria menos alegre se a Pastoral da Juventude não existisse. Vale pelo prazer em poder dizer: Obrigado JUCAFE... Obrigado PJ... Obrigado Pastoral da Juventude... Muito Obrigado por você existir, por dar brilho a nossa vida, por nos fazer sorrir, sonhar e nos emocionar... Obrigado por tudo que você representa... Que você continue assim, dinâmica, forte, apaixonante e empolgante... Que você continue a ser o maior motivo de orgulho dessa juventude que tem o prazer de estufar o peito e dizer: “Sou Pejoteiro, graças a Deus!!!”

    terça-feira, 2 de março de 2010