Mês de outubro é mês do Dia Nacional da Juventude para milhares de jovens, lideranças e assessores/as organizados pelo Brasil nas Pastorais da Juventude e outros tantos grupos e expressões juvenis. Mês de debater e refletir em roda algum eixo ligado à vida juvenil. Nesse ano o DNJ com seu olhar profético, traz como tema a “Juventude e Protagonismo Feminino” e o lema “Jovens mulheres tecendo relação de vida”. Somos provocadas/os a refletir esse ser inesgotável de vida que é a MULHER a partir da sua realidade e da Palavra de Deus, caminhando rumo a defesa da dignidade e do protagonismo feminino.
Olhar hoje para a realidade da mulher é também atentar-se para a vida da jovem mulher. Principalmente para um dos aspectos da condição feminina que atinge diretamente as jovens, que é a mercantilização do corpo e de suas vidas.
A organização do sistema econômico dos últimos anos se baseia pelas regras do mercado, onde tudo pode e deve ser comprado e vendido. Esse mecanismo determina e organiza até mesmo as vidas das pessoas e se apropria de elementos tradicionais da construção de gênero para definir o que é ser Mulher e o que é ser Homem. O lugar reservado para a Mulher assim é tornar-se uma mercadoria, um objeto de consumo seja na publicidade ou na prostituição.
Na Carta do Papa João Paulo II às mulheres em 1995, por conta da Conferência Mundial sobre a Mulher organizada pela ONU, João Paulo II afirma palavras desse aspecto da realidade feminina: não podemos não denunciar a difusa cultura hedonista e mercantilista que promove a exploração sistemática da sexualidade, levando mesmo meninas de menor idade a cair no círculo da corrupção e a permitir comercializar o próprio corpo. No mesmo parágrafo o Papa condena a violência contra a mulher como consequência do trato da mulher por objeto.
Nos meios de comunicação e na publicidade é recorrente o imaginário da mulher perfeita para o consumo dos homens como, por exemplo, as propagandas de cerveja. E não só os homens acabam se tornando seu público consumidor, como as próprias mulheres, que enxergam um padrão de beleza a ser seguido, e assim ter valor na sociedade. Para isso é necessário consumir muitos produtos e serviços. O resultado dessa exploração é o estado permanente de insegurança da mulher em relação ao seu corpo; é a bulimia, anorexia e outros transtornos alimentares; é a contribuição para aumentar os casos de violência contra as jovens mulheres; e tantas outras implicações que inviabilizam a DIGNIDADE FEMININA.
A discussão não pára, já que essa é uma das questões da condição da jovem (e) mulher hoje. Sua realidade é permeada de vários outros aspectos que devem ser apropriados para a reflexão. É hora de, a partir do DNJ, aprofundarmos a realidade feminina e junto de Maria, que na herança da Fé e na teimosia da Vida serviu ao Reino, transformarmos a vida de mulheres e homens em Vidas plenas.