A Solenidade de "Corpus Christi" foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula “Transiturus de hoc mundo” de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. Antes de se tornar Papa, Urbano IV foi o cônego Jacques Pantaleón, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. A festa mundial de "Corpus Christi" foi decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII. Desde esta dada é celebrada a Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor em todas as Igrejas. Em horários diversos, cada Igreja celebra a missa e em seguida a procissão com a hóstia consagrada naquela missa. O caminho pelas ruas da cidade ou quando não é possível dentro do próprio templo, significa que Jesus Eucarístico não está preso no sacrário e sim caminha conosco como “pão vivo descido do céu para a vida do mundo”. A Procissão nos faz recordar a caminhada do povo de Deus, que liberto da escravidão egípcia, vai ao encontro da terra prometida. Deus nunca abandona o seu povo, envia o seu Filho Jesus como caminho, verdade e vida, e ao mesmo tempo o seu Filho quis continuar no meio de nós como um sinal visível, sob as espécies de pão e de vinho. Na última ceia, quando se despede dos seus, deixa uma missão perene para aqueles e para os que depois deles continuariam a missão de evangelizar. Tendo nas mãos o pão e o vinho, depois de ter dado graças a Deus Pai, entregou aos seus discípulos dizendo: “Isto é o meu Corpo; isto é o meu Sangue. Fazei isto em memória de mim”. O sinal visível, comível, pão e vinho são transformados em corpo e sangue do Senhor. O mandato é perpétuo como foi perpétua a celebração da páscoa judaica. “Este dia será para vós um memorial, e o celebrareis como uma festa para o Senhor; nas vossas gerações a festejareis; é um decreto perpétuo”(Ex 12,1-14). Assim, Jesus no novo testamento transforma aquela festa, numa festa do seu corpo e do seu sangue dado e derramando para a remissão de todos. A memória agora não é mais da libertação do Egito e sim a libertação definitiva que Jesus realizou no mistério Pascal. Por isso a festa de “Corpus Christi” é uma atualização, um memorial que jamais passará. Não é um teatro onde se representa uma cena do passado e tudo fica como antes. Em cada missa se atualiza de forma real a presença de Jesus, na forma de pão e de vinho, sinais que nos levam a contemplar com os olhos da fé e adorar, porque é o mesmo Jesus, da Palestina, de Nazaré, de Belém. É “pão vivo descido céu; e quem comer deste pão viverá para sempre”. Então, a homenagem que fazemos hoje a Jesus, com tapetes, com cantos, com procissão é para manifestar nosso reconhecimento e nossa adoração. Ao mesmo tempo recordar que Jesus se fez e faz comida e bebida, alimento da caminhada. Nenhum povo tem um “Deus igual ao nosso Deus” capaz de se fazer um de nós e dar-se perpetuamente como alimento, a fim de proporcionar a todos nós as forças necessárias para construir aqui e agora um reinado de paz, de amor e de fraternidade. Essa graça que temos não é privilégio de alguns, ou oferecido a um único povo. O Pão da Vida é oferecido a todos, do presente do passado e do futuro. Por isso recordamos a frase do centurião que clama a Jesus a cura do seu filho: “Senhor eu não sou digno de que entreis em minha casa mas dizei uma só palavra e serei salvo”. Como diz João Paulo II na carta sobre a Eucaristia: "Nos sinais humildes do pão e do vinho transubstanciados no seu corpo e sangue, Cristo caminha conosco, como nossa força e nosso alimento, e torna-nos testemunhas de esperança para todos.”(EH 61) Dom Anuar Battisti,
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário