• segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

    Campanha Unicef por uma infância e adolescência sem racismo

    No dia 29 de novembro de 2010 foi lançada no Brasil a campanha motivada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência (Unicef) que visa o enfrentamento do racismo na infância e adolescência. Esta Campanha terá aliados nos diferentes segmentos do Estado, das tradições religiosas e da sociedade civil em geral. A pastoral afro-brasileira representará a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta campanha. Segundo o assessor da Pastoral Afro-brasileira, padre Ari Antônio dos Reis, a participação de outras Pastorais é muito importante e se faz necessária para a erradicação do racismo no país.
    A apresentação deste enfoque para a sociedade diz respeito ao enfrentamento necessário da realidade do racismo ainda presente no Brasil. “Nosso país é marcado pela diversidade, isto compreendido como uma grande riqueza. Contudo, a desigualdade de oportunidades é uma realidade explicita e cabe construir ações concretas na perspectiva da superação deste entrave ao desenvolvimento integral das crianças e adolescentes indígenas e negros”, disse padre Ari.
    Segundo dados da Unicef, o racismo contribui para o atendimento deficiente das mulheres negras e indígenas grávidas, o que pode afetar a vida da criança em gestação e a sua sobrevivência nos primeiros anos de vida. O racismo impede o acesso a saúde e educação de qualidade. As taxas de analfabetismo são mais altas entre os adolescentes indígenas e negros. Dos 27 milhões de crianças que vivem em situação de pobreza (45,6%), 17 milhões são negras.
    Os adolescentes negros representam o maior percentual de vítimas de homicídios nas cidades com mais de 100 mil habitantes (2,6 mais riscos que um adolescente branco). Os dados negativos se estendem ao acesso ao primeiro emprego, ao curso superior, as profissões bem renumeradas.
    As estatísticas oficiais mostram uma situação de desvantagem e exclusão que tem reflexos concretos na vida de crianças e adolescentes. A criança, ao vivenciar esse cotidiano de desigualdade, tem percepção de que negros, brancos e indígenas ocupam lugares diferentes na sociedade. Por isso, torna-se fundamental uma socialização que desconstrua essa percepção, contribuindo dessa forma para mudar a realidade.
    Segue abaixo uma sugestão concreta que poderá ser efetivada nas famílias, escolas e demais ambientes onde as crianças e adolescentes convivem.

    10 Maneiras de Contribuir para Uma Infância sem Racismo
    Eduque seus filhos e filhas para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento. E o respeito ao próximo está em primeiro lugar.
    Palavras, olhares, piadas e algumas expressões podem se desrespeitosas com outras pessoas, culturas e tradições. Indigne-se, e esteja alerta se isso acontecer!
    Não classifique o outro pela cor de pele, o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.
    Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apóie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente.
    Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa junto ao conselho tutelar, às ouvidorias dos serviços públicos, da OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência.
    Proporcione aos seus filhos e filhas a convivência com crianças de diferentes raças e etnias. Valorize o comportamento sem preconceito, respeitoso e oriente-os sobre o que precisam melhorar.
    Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.
    Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar esta postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.
    As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas escolas no país, as crianças e adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e sobre como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a adotar também essa postura.
     
    Participe dessa Campanha e contribua para uma infância sem Racismo. Acesse o site www.unicef.org.br ou siga o UNICEF no Twitter: @unicefbrasil e acompanhe o tema da redução do impacto do racismo na infância e na adolescência. Divulgue para os seus amigos! Valorizar as diferenças na infância é cultivar igualdades!
     
    Confira o vídeo. Mais informações acesse o site http://www.unicef.org.br/
     
     
     
     

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