“Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” – (Mt 6.33)
O ano de 2010 traz uma tarefa especial para nós, cristãos/ãs: a eleição de nossos/as representantes para as Assembleias Legislativas, Câmara Federal, parte do Senado, Governadores/as e a Presidência da Republica.
Pensando nesta tarefa, é importante lembrar que vivemos, no Brasil, um contexto ocidental, regido pelas leis selvagens do sistema capitalista, que estrutura nossas vidas através das imposições do mercado e do consumo, querendo indicar que esse é o caminho para nossa felicidade. Este sistema estabelece a ganância por lucro a qualquer preço, promovendo um crescente distanciamento entre ricos/as e pobres, pela concentração progressiva da renda nas mãos de poucos/as e a exclusão para a maior parte da população.
Os/as jovens chegam ao mundo no meio desta desordem armada e sofrem as piores consequências. Por um lado, é exigido deles/as atenção para os últimos lançamentos da moda, da música, do lazer, das relações, da tecnologia… e, por outro, não lhes é permitido entender como funciona a sociedade. Eles/as se tornam presas fáceis das armadilhas do caminho. Acreditam na grande mentira de que rico é quem trabalhou e pobre é quem não trabalhou suficiente; acreditam que pessoa de bem é quem tem posse e polidez social e que o povão, que não pode se vestir bem, que não sabe ao certo como se portar e/ou como falar em público, é “desqualificado”, é cidadão de segunda categoria. Não enxergam o mecanismo da estrutura que direciona a riqueza para as mãos de uns e retira de outros/as…
A Igreja Latino-Americana, desde 1979, na Conferência Episcopal em Puebla, afirma que a situação que vivemos é um escândalo e uma contradição com o ser cristão de nosso Continente (n. 28); que se opõe às exigências do Evangelho (n. 1257); é contrária ao Plano do Criador (n. 28); é situação de pecado social (n. 28, 487); o que demonstra que a nossa fé “não teve a força necessária para penetrar os critérios e as decisões dos setores responsáveis da liderança ideológica e da organização da convivência social e econômica de nossos povos” (n. 437).
A memória de Inácio de Loyola recorda que o modo de proceder, a partir de uma espiritualidade que tem como centro o seguimento a Jesus Cristo, se atualiza no serviço da fé e na promoção da justiça do Evangelho, por dirigir seu ministério “a quem está à margem na Igreja e na sociedade, àqueles a quem se lhes nega dignidade, a quem não tem voz ou não tem poder, a quem é fraco na fé ou dela se afastou, a quem viu seus valores debilitados pela cultura contemporânea, a quem leva um peso superior a suas forças” (CG.34 6:12), conforme reflete Libânio.
A partir destas reflexões, ressaltamos que em um ano eleitoral, é preciso participar do debate, informar-nos, não fazer vista grossa à Palavra de Deus, não abrir buracos onde se possa cair, pois a VIDA, como o tempo, cobra a sua parte.
(fonte: Conselho Diretor da Casa da Juventude Pe. Burnier, www.casadajuventude.org.br)
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